Os caprichos da Fortuna ou a simples inexistência de um letrado da Época Romana, natural de Coimbra (a então Æminium), que tenha passado à escrita os hábitos da mesa, os gostos e os pratos apreciados nesse passado a rondar os dois mil anos, não exclui da iniciativa “Sabores da Escrita” uma revisitação ao ambiente cultural e à história da alimentação romana, de matriz latina e sujeita a integrações regionais e provinciais diversas. De pretexto à palestra e à ceia romana que a sucede serviu-nos a figura de um arquiteto da província romana da Lusitânia, mais exactamente da hoje denominada Coimbra: Caio Sévio Lupo. Sobre esse séc. II da Era Cristã, graças a fontes materiais e literárias diversas, temos um conhecimento bastante significativo dos hábitos alimentares e de convívio à(s) mesa(s) de comensais de estratos sociais diferenciados e origens geográficas bem distintas. O recurso a fontes históricas da época permitir-nos-á fazer um périplo por esse movimento de integrações gastronómicas latino-provinciais, tendo por centro cultural de referência Roma, a grande Urbe, com incursões pelos romanizados Ocidente Peninsular lusitano e o Oriente grego.
Carmen Soares
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Coordenadora do Mestrado em “Alimentação: Fontes Cultura e Sociedade”
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