A palavra, a grande palavra, mudou de sentido ao longo da história e muda em cada cabeça e também cada vez que uma boca a pronuncia. A Liberdade vai mudando de forma, aparece e desaparece, tem um caráter ténue ou esplendente, é difícil de alcançar e mais difícil ainda de conservar em bom estado. O espetáculo conduz-nos por alguns dos episódios da história portuguesa em que a liberdade se forjou, e outros em que ela quase desapareceu - como a bruma ao pôr do sol. Nestes episódios, que narram a longa viagem de Portugal para a liberdade, observamos como os feitos do 25 de Abril não chegaram por geração espontânea. Lutas, acasos, sacrifícios e azares fizeram andar para trás e para diante as modinhas da liberdade. Como algumas coisas vêem-se melhor olhadas pelo lado de fora, nesta peça aparecem uns irmãos galegos, canteiros de ofício, que entram em Portugal nos dias a seguir ao 25 de Abril, à procura de emprego. Perante os seus olhos labregos dançam, como numa lanterna mágica, os anarquistas e as carbonárias, Sidónio Pais e o ditador espanhol, Arajaryr e a pastora extremenha, Humberto Delgado e um compadre alentejano, operacionais da PIDE e “cabareteiras” de Barcelona…e tantas figuras que lutaram a favor e contra a História. Os irmãos galegos querem fazer um monumento com as suas artes de canteiro, mas, no decorrer da viagem, descobrem que talvez a pedra não seja a matéria de que é feita a liberdade… Que terão que esculpir alguma matéria mais subtil, aquela que mora no peito dos homens e das mulheres. Viva a Liberdade! __ Este projeto reune os talentos da Companhia Certa da Varazim Teatro e dos Tanxarina Títeres de Redondela. As companhias galega e portuguesa, com esta colaboração, quebram o tópico da fronteira que separa os dois povos e procuram o que une criadores cénicos em todo o mundo: os anseios de liberdade e um olhar crítico sobre o mundo que nos rodeia. Para este projeto, que conta com o apoio do Centro Dramático Galego e da Direção Geral das Artes, pediu-se o contributo do dramaturgo vimaranense Zé Paredes e do encenador galego Quico Cadaval. Com eles, uma equipa artística das duas margens do Minho empreende este caminho de liberdade. Ficha artística: Andrés Giraldez; Eduardo Faria; Joana Luna; Joana Soares; Miguel Borines. Com a participação do mestre fantocheiro Eduardo da Cunha “Tatán” Apoio: RTCP/DGARTES República Portuguesa - Cultura Classificação etária: M/12 Duração: 85 minutos Bilhetes em BOL/Constantino Nery