Os algoritmos têm um papel cada vez mais influente na produção, circulação e interpretação de imagens. Esta mudança de paradigma tem associadas implicações complexas para a arte, as humanidades e a cultura visual. Nesta conversa, Rosemary Lee apresenta o seu livro Algorithm, Image, Art, lançado em 2024, que examina a história, os processos e as ideias subjacentes à cultura visual atual. Os algoritmos de aprendizagem automática têm atualmente uma influência generalizada na estética e no significado das imagens. Mas, embora sejam novos em alguns aspetos, estes desenvolvimentos estão ligados a métodos geométricos, óticos e processuais muito anteriores, mesmo analógicos. Este livro examina de que forma a produção de imagens, em termos de instruções algorítmicas, moldou a arte e as imagens, bem como os valores utilizados para as avaliar. Estabelece ligações entre as formas algorítmicas dos meios de comunicação visuais com que estamos hoje familiarizados e os precursores a partir dos quais evoluíram.
Rosemary Lee é uma artista e investigadora de estudos dos media, cujo trabalho considera a forma como os desenvolvimentos atuais na produção de imagens se enquadram em narrativas mais amplas sobre arte, conhecimento e tecnologia. Informada pela perspetiva da arqueologia dos media, Rosemary Lee procura desenvolver uma melhor compreensão da forma como os métodos e ideias atuais são influenciados pelos do passado. Especializada no impacto da inteligência artificial na cultura visual, Lee concluiu o seu doutoramento na IT-Universidade de Copenhaga em 2020 com uma tese intitulada Machine Learning and Notions of the Image. O seu recente livro Algorithm, Image, Art expande essa investigação. Rosemary Lee leciona no programa de Multimédia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
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