Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
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MONCHMONCH Onomatopeia usada para expressar mordidas ou algo a ser devorado. Digere o rock e a música experimental numa façanha antropofágica. Sua música sorri e mostra caninos quebradiços, brasileiros e prontos para morder. MONCHMONCH veio do Brasil para Portugal com um som algo díspar do que, em termos de rock, estamos habituados quer deste ou de outro lado do Atlântico. Criador de sonhos que ameaçam sempre o pesadelo - e onde o rock e o experimental dão um abraço de acalmia - traz-nos a paranóia personificada em palco. Apresenta-nos em concerto o álbum GUARDILHA ESPANCA TATO (2023): Imagético e febril como uma HQ, repleto de narrativas absurdas que entram em conflito com a realidade, Guardilha Espanca Tato é um mapa onírico para estourar uma dinamite, dentro das vísceras do monstro. Luís Contrário Luís Contrário aka Luís Rocha é de Guimarães desde que nasceu. Colaborou com os projetos The Balaclava e Correr Andar. O disco de estreia, “músicas de dança para pessoas tristes” saiu em outubro de 2023, editado pela Saliva Diva. Este sádico paradoxo de bailar após a derrota. O título “músicas de dança para pessoas tristes” prepara-nos para o que vamos ouvir em concerto. Vamos dançar tristes. A abafar a aflição ou a celebrar a melancolia. Vamos ser felizes refugiados na tristeza. Afinal, é um estado que todos conhecemos. Estar feliz, mas triste. O single “dança da derrota” debruça-se sobre esse paradoxo. Dançar depois de perder. Forçar o ritmo da felicidade numa melodia que não quer sorrir. Dançar uma derrota sem querer afastá-la. Abraçá-la sem um “as derrotas também fazem parte da vida”. Sem um “é preciso estar triste para estar feliz”. Só um reconhecimento de que a dança da vitória implica a existência de uma dança da derrota. É para este universo que nos transporta o som de Luís Contrário. MAQUINA. Composta por João (guitarra), Tomás Brito (baixo) e Halison Peres (bateria + voz), a MAQUINA. pontua no cenário musical português. Entre o krautrock e a eletrónica industrial, a sua sonoridade é fulminante, os riffs são maníacos, as linhas de baixo infeciosas e as baterias hipnotizantes, carregadas de groove e pujança onde notamos uma forte influência no body music, industrial e techno. A MAQUINA. vem de Lisboa munida de pedais de efeitos que se querem fazer notar e de uma constância rítmica que roça a hipnose. Não é fácil catalogar a música da banda mas diríamos que estão perto de um rock sujo com psicadelismo em tons negros e piscares de olhos pouco tímidos à força industrial da dança. Ao entrarmos de cabeça em “DIRTY TRACKS FOR CLUBBING” (álbum de estreia do trio), percebemos facilmente porque já estabeleceram uma reputação pela energia dos seus concertos. A linha de baixo é o motor automático da explosão, a bateria assume o volante e segue prego a fundo, as texturas ruidosas da guitarra provocam atrito constante no asfalto e há um GPS na bagageira de onde ouvimos uma voz a indicar o caminho em gritos distorcidos. MAQUINA. é a companhia perfeita num bunker clandestino. Tem aromas de cave roqueira onde chove cerveja e do suor das paredes de betão numa rave sem hora para acabar. Manuel Molarinho, Saliva Diva
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