Teimosia enquanto exercício incessante de pesquisa. Motivação e práticas constantes. Pontos diários de insistência. Voltas e mais voltas na exacta medida de um percurso que se desconhece, à partida, o seu fim ou mesmo se o há.
Traços e métodos que unem os trabalhos de André Hencleeday e Castor Morse, na sessão #21 do Ciclo de Concertos para Salas Vazias. Decididamente os critérios jamais serão numéricos.
CASTOR MORSE | O rosnado da flor do cardo, o grunhido da ardósia, o rugido do metal no Daf... chocam no receptáculo ressonante que é o gongo de Castor Morse.
E a teimosia em fazer soar o que não soa e impedir o que soa naturalmente.Fontes acústicas que fingem ser eletrónicas, e uma multiplicidade electrónica que produz um alçapão arrítmica ao fingir ser uma fonte acústica. As inversões de papéis, a escolha dos materiais e dos instrumentos, assim como um gesto sonoro vivo e suave, fazem surgir uma ecologia sonora frágil e instável insinuando a sedimento sonoro de um devaneio.
http://castor-morse.bandcamp.com/ | http://database.shareimpro.eu/fr/person/sylvain-durantet | https://youtube.com/@castormorse3975
ANDRÉ HENCLEEDAY | Performer e compositor sediado nas Caldas da Rainha. Concluiu o curso de piano no Conservatório Nacional de Lisboa e mais tarde uma Licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. Actua e grava regularmente com ensembles de Ernesto Rodrigues e Ricardo Jacinto. Foi assistente de Miguel Azguime no O’Culto da Ajuda.
A peça para órgão "...and it was thrust onto his head" mergulha na clivagem queda - descida, trazendo uma sombra para o consciente. Digladia-se sobre formas antigas, quase corais, que respiram e que urgem como que uma litania, onde a organicidade do material se manifesta na beleza da respiração pelo silêncio.
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