MÚSICA | UM LARGO ONDE CABEM TODOS é um projeto da Orquestra Nacional Moderna em parceria com o MIRA FORUM e a Associação dos Albergues do Porto.
No âmbito deste projeto irá decorrer uma conferência para apresentação da Numerofonia de Aschero, um sistema alternativo de codificação musical, que se baseia na relação que existe entre os algarismos, as cores e as formas, paradigmas, já, assimilados por qualquer pessoa semi-alfabetizada. Justifica Aschero que, assim, ninguém terá de se sujeitar a um complexo sistema de codificação musical gráfica (partituras tradicionais), a qual, é, totalmente, exterior aos símbolos que cada um de nós utiliza no quotidiano e que aprende desde pequeno. Trata-se, então, de um sistema de escrita que utiliza as sete cores do prisma solar, correspondendo cada uma, a uma nota musical.A NUMEROFONIA é utilizada por mais de 300 mil músicos em todo o mundo e tem-se mostrado eficiente para o ensino de crianças a partir dos três anos de idade, reconhecendo simbologias simples iniciais, antes de apresentar a representação numérica definitiva.
Para a leitura de partituras utilizado o sistema Numerofónico, apenas se exige o conhecimento de numerais, cores e tamanhos, conhecimentos estes, existentes em qualquer criança em idade escolar. De realçar, que este sistema apresenta, também, vantagens quando utilizado por deficientes visuais, pois como sabemos, a codificação Braille é baseada nos conceitos da Numerofonia.
Dada a importância do sistema Numerofónico de Aschero, o seu pouco conhecimento no nosso país, a sua relevância quando trabalhado com crianças desde muito cedo e a sua pertinência no sentido do melhor apetrechamento de professores,investigadores, artistas, musicólogos, educadores e animadores musicais, julga-se que ele pode constituir um primeiro passo para o desenvolvimento de uma cultura musical precoce no nosso país e um modo de tornar a aprendizagem da gramática musical mais aliciante, mais fácil, menos literal e acessível a todos, sem excepção. A utilização do Sistema Aschero, ou a sua inicial abordagem em termos de sensibilização à prática interdisciplinar, deveria, então, ser iniciada no 1º ciclo e em paralelo à aprendizagem das noções básicas numéricas e plásticas, constituindo este esquema como uma pequena revolução curricular, ou porque não, como um singular modelo de complemento curricular, numa óptica do seu melhoramento, numa aproximação entre imagem, números, sons, cores e formas, no sentido, da consciencialização da universalidade do conhecimento.
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A conferência será conduzida por Fernando Costa e decorrerá no MIRA FORUM - Rua de Miraflor, 155 / Campanhã, Porto
Biografias:
Fernando Costa -Pós Doutoramento em Política Cultural nos Territórios de Baixa Densidade. Doutorado em História (FLUP) Freq. do curso de Eng. Electrotécnica (UC) Cursos G. de Piano e Composição (CMP) Freq. dos três anos do Curso Sup. de Piano (CMP) Espe. em Música e Teatro de Brecht (Klostefeld) Prof. de Animação Turística, entre 1987 e 1994, na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto Prof. de Educ. Musical. 14 anos requisitado em organismo da SEJ, com responsabilidades técnicas e de gestão. Formador certificado nas áreas de tecnologia de Avaliação, Teatro,Música, Expr. e Comunicação. Investigador em Educação, Etnomatemática Etnoeducação. Autor de artigos científicos, manuais escolares, obras de ficção e história. Autor de peças de teatro. Produtor de documentos audiovisuais Orquestração, direcção orquestral, desenho cénico, construtor de
guiões. Participação em vários Festivais Internacionais de Música e Teatro. Trabalhou com diversos artistas e pedagogos, destacando-se MurrraySchaffer, Jos Wuytack, Catherine Dasté, Shirley Harbin, Juan CarlosOviedo, Augusto Boal, Violeta Gainza, Ernst Wieblitz, Alcino Vilar, Detta Regan, Colette Tardieu. Experiência internacional como formador de animadores em Corfu/Grécia,Esbjerg/Dinamarca, Universidade de Berkshire/Reino Unido, Eskjo/Suécia, Apolda/Alemanha. Co-fundador de redes europeias de aprendizagem intercultural (Tunísia, Alemanha, Espanha , Grécia). Participação em equipas internacionais de formação e de organização de intercâmbios. Trabalho privilegiado em redes de cooperação euro-med. Colaboração com o Conselho de Europa, na avaliação de intercâmbios e de formação de quadros e produção de documentos de interpretação intercultural, realizados com Paul Lauritzen (Conselho de Europa), Hendrix Otten( Comissão Europeia), Mark Taylor (Conselho da Europa).
Discípulo de Sérgio Aschero tem sido grande divulgador da Numerofonia em Portugal.
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Sérgio Aschero -É um musicólogo e matemático argentino que se tem destacado como compositor, pedagogo e conferencista, matemático, e professor especializado e inovador no sistema de escrita musical. A sua insatisfação e o seu esforço, de dotar o processo criativo de um rigor lógico, levaram-no a encetar uma aventura de descoberta de um novo processo de escrita musical, a partir do contacto com a comunidade aborígene los chuancos (1965). Desde aí, Sérgio Aschero e sua esposa, a também professora Mirta Karp, jamais pararam na tentativa da criação de ferramentas de inclusão através da música.São conhecidos os seus estudos e investigações musicais, principalmente, na Argentina, Brasil, Itália, Espanha, Chile e Uruguai, donde as suas teorias sobre a Numerofonia têm constituído uma possibilidade para que todos, sem excepção, possam conhecer uma escrita musical que está ao serviço da cultura e não contra ela. As suas práticas têm sido apoiadas e reconhecidas por grandes músicos e compositores, como é o caso de Luigi Nono, Darius Milhaud, ou então, por cientistas, como por exemplo, o famoso astrofísico britânico Stephen Hawking.
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Projeto financiado pela DGARTES.
Apoios: Ágora Porto / IP Infraestruturas de Portugal