RELEMBRA, PENSA, VIVE 25_04
O uso da terra: da luta pelos direitos nos campos do sul à monocultura paisagística.
“É tão grande o Alentejo, / tanta terra abandonada!... / A terra é que dá o pão, / para bem desta nação / devia ser cultivada”.
A cultura popular alentejana e o seu cante refletem em muitos casos as vivências e as lutas das populações.
Foi por isto que em 19 de Maio de 1954, a trabalhadora rural Catarina Eufémia é assassinada, com 26 anos, em Baleizão por militares da GNR quando reivindicava melhores salários e condições de trabalho para as ceifeiras.
As lutas pelo uso e posse da terra e por melhores condições de trabalho continuaram nas décadas seguintes, marcada obviamente por avanços e recuos.Hoje, 50 anos após o 25 de Abril, vemos surgir os novos donos da terra, o novo latifúndio (agora sem rosto), uma nova etapa de exploração da mão-de-obra, a transformação da paisagem alentejana pela proliferação de monoculturas.
Vemos paralelos?
Será o uso da terra adequado ao território?
Vem ao encontro da necessidade do Alentejo e do País?