Apresentação do livro
"RAÍZES & RAMOS - Quinta Geração", de Manuel Rosário Fátima
CCCV - Centro Cultural de Cabo Verde
Sexta-feira, 24 de maio pelas 18.30 horas
Apresentação: António Firmino.
Sinopse:
Raízes e Ramos é um romance de Manuel do Rosário da Fátima, que ora se publica. É a obra que retoma os temas locais e da cultura cabo-verdiana, num contexto cabo-verdianao atual literário dominado por uma tendência de diversidade de temas e estilos de narrativas.
Raízes e Ramos é um romance histórico, no sentido em que entretece a ficção e os factos históricos através da saga da família Ramos, da ilha de Santo Antão e de S. Vicente, no período compreendido entre os finais do século XIX e inícios do XX. Por aí perpassa toda uma série de pequenas histórias do quotidiano das gentes rurais de Garça e arredores, o que no seu conjunto compõe um painel interpretativo das origens, das raízes lançadas no chão da ilha, em zonas inóspitas ou não, da identidade santantonense, naquilo que o mais tem caracterizado, uma atitude, fundada na dignidade, de sempre pronto a resistir aos fatores adversos e a recomeçar. O romance está dividido em 30 capítulos e dedicado a Maria Alves Ramos, Pedro Adriana, Teodora Lima Ramos e demais membros da família do autor.
No romance somos de início apresentados a nhô Isê, personagem central, aquando da sua morte, em Fundas. Em flasback são apresentadas todas as outras personagens que constituíram a vida e a saga de nhô Isê, sua labuta diária no campo, seus ganhos e contratempos, mas mais do que isso sua relação com o chão, a terra e família. Somos apresentados às personagens femininas, sua esposa ou nha Mari d’Sonte e a uma lista extensa de outras personagens. Metáfora da relação amorosa do homem santantonense à matriz e da construção identitária da ilha, narrativa dividida entre os pontos de vista de um narrador omnisciente que delega muitas vezes tal tarefa aos seus personagens, num entrecruzar bem conseguido de discursos. De facto, esses discursos no seu todo caracterizam as personagens e suas origens rurais e islenhas, tanto alternando o discurso directo, indirecto e semidirecto, com recurso ao crioulo e ao português cabo-verdiano.
Os espaços e os tempos são revisitados com pormenor e objetividade pelos descritivos necessários à compreensão do contexto da história de família e da saga de nhô Isê, que se move entre a Ribeira da Garça e Fundas e lugares próximos.
