À vista desarmada, o clitóris da espécie Crocuta das hienas parece quase idêntico ao órgão masculino. Como resultado, alguns antigos cientistas julgavam que essas criaturas eram hermafroditas - e durante os séculos que se seguiram foram sinónimo de poderosa androgenia, mutação, feitiçaria, desvio sexual e imaginação assombrada e sem lei. É portanto um motivo adequado às Hyenaz de Berlim, dada a magia que invocam em palco e através da sua prática artística. São músicos e improvisadores synthwave cujo primeiro álbum, homónimo, será reeditado pela Records Ad Nauseam de Los Angeles neste mês de Março, após um lançamento original na label Freudian/Slit. Hyenaz são Kathryn Fischer, também conhecida como a artista de queer performance Mad Kate, e Adrienne Teicher, produtor e intérprete de italo/house que visitou o Lounge há dois anos usando o alias TUSK. Para gravar o álbum, o par isolou-se num canto rural da República Checa, escolhendo o inverno mais rigoroso para evitar distracções externas. Encerrados pela neve exterior e pela luz de um megamart da Tesco, a banda utilizou todas as ferramentas e técnicas disponíveis para canalizar o poder da fera de cujo nome se apropriam. Utilizando tudo desde cut ups literários a jornadas ritualistas, vinho barato e anfetaminas, geraram um disco que captura os paradoxos enfrentados pela hiena urbana, transmutando-se entre natural e articial, real e imaginado, abstinência e abundância. Com um estado de espírito alinhado no esotérico, até mesmo no sublime - vozes influenciadas pela música soul, new-wave, house e punk que pairam sobre módulos abstractos de electrónica. http://www.hyenaz.com/ /////////////////////////////////////// De dois em dois meses, os duros fogem da toca dos prazeres secretos e trazem fantasias explícitas para corações em demandas suadas. É disco, é italo, é hi-nrg, há orquestrações luxuriantes, divindades esculturais, heróis em tronco despido. Do falo ou a ele relativo, erotismo de bolso para maiores de 18. (...) A Night Out With the Hard Ones, junta Trol2000 e Mário Valente na cabine do Lounge. Quer isto dizer que se vão ouvir umas boas horas de italo-disco (e outros discos) carregado de testosterona e vibes homoeróticas (...) - Time Out