PT | No ano em que celebramos o 50.º aniversário do 25 de abril, evocamos o dia em que a poesia saiu à rua, exibindo imagens capturadas por mulheres sobre as várias revoluções. Para as mulheres, o 25 de abril demorou a chegar, basta recordar que em 1976 , Monique Rutler, Maria Antónia Palla e Antónia Sousa foram levadas ao banco dos réus por causa da peça “ Aborto não é crime” uma reportagem sobre o aborto clandestino. O filme, “Os Cravos e a Rocha”, resgata imagens do primeiro filme coletivo da história do cinema português, e presenciamos o cineasta brasileiro Glauber Rocha a gesticular e a questionar uma jovem mulher sobre a legalização do aborto, ao que ela responde: “Era bom que começassem a legalizar!” Somente 33 anos depois do 25 de abril é que o aborto foi legalizado.
Evocamos “Revolução”, da poeta visual Ana Hatherly, um filme que opera numa montagem muito particular a partir do léxico dos grafites e cartazes do 25 de abril. E num momento em que estamos a viver uma crise na habitação, “Casas Para o Povo” de Catarina Alves Costa tem uma força maior.
"Amanhã" de Solveig Nordlund transporta-nos para a madrugada do 25 de abril pelo olhar de uma criança, e “Caça Revoluções" de Margarida Rêgo explora o poder de uma fotografia para ativar a pós-memória.
Com um recorte temporal entre 1975 e 2015, procura destacar a contribuição das mulheres artistas e realizadoras para a construção de um outro olhar sobre as revoluções realizadas e as por fazer.
EN | In the year in which we celebrate the 50th anniversary of 25 April, we remember the day when poetry took to the streets, showing images captured by women of the various revolutions. For women, 25 April was a long time coming... just remember that in 1976, Monique Rutler, Maria Antónia Palla and Antónia Sousa were brought to the dock for their play "Aborto não é crime" (Abortion is not a crime), a report on clandestine abortion. The film, "Os Cravos e a Rocha", recaptures images from the first collective film in the history of Portuguese cinema, and we see Brazilian filmmaker Glauber Rocha gesturing and questioning a young woman about the legalization of abortion, to which she replies: "It would be good if they started legalizing it!" It wasn't until 33 years after 25 April that abortion was legalized.
We remember "Revolution" by the visual poet Ana Hatherly, a film that operates in a very particular montage using the lexicon of graffiti and posters from 25 April. And at a time when we're living through a housing crisis, "Casas Para o Povo" by Catarina Alves Costa has greater force.
"Amanhã" by Solveig Nordlund transports us to the dawn of 25 April through the eyes of a child, and "Caça Revoluções" by Margarida Rêgo explores the power of a photograph to activate post-memory.
With a time frame between 1975 and 2015, it seeks to highlight the contribution of women artists and filmmakers to the construction of another view of the revolutions that have taken place and those that have yet to take place.
𝟏𝟕 𝐝𝐞 𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥 | 𝟏𝟕𝐭𝐡 𝐀𝐩𝐫𝐢𝐥
𝗖𝗔𝗦𝗔 𝗖𝗢𝗠𝗨𝗠 | 16h15 - Exibição do filme “O Aborto Não é um Crime” de de Monique Rutler/ Screening of the movie “O Aborto Não é um Crime” by Monique Rutler.
𝗕𝗔𝗥 𝗕𝗔𝗧𝗔𝗟𝗛𝗔 𝗖𝗘𝗡𝗧𝗥𝗢 𝗗𝗘 𝗖𝗜𝗡𝗘𝗠𝗔 | 18h30 - O Aborto Não é um crime: conversa com com Débora Diniz e Luciana Brito com moderação de Ana Sofia Pereira (FEMGlocal)/ 𝐴𝑏𝑜𝑟𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑖𝑠 𝑛𝑜𝑡 𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑚𝑒: 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝐷𝑒́𝑏𝑜𝑟𝑎 𝐷𝑖𝑛𝑖𝑧 𝑎𝑛𝑑 𝐿𝑢𝑐𝑖𝑎𝑛𝑎 𝐵𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑏𝑦 𝐴𝑛𝑎 𝑆𝑜𝑓𝑖𝑎 𝑃𝑒𝑟𝑒𝑖𝑟𝑎 (𝐹𝐸𝑀𝐺𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙).
𝟏𝟖 𝐝𝐞 𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥 | 𝟏𝟖𝐭𝐡 𝐀𝐩𝐫𝐢𝐥
𝗕𝗔𝗧𝗔𝗟𝗛𝗔 𝗖𝗘𝗡𝗧𝗥𝗢 𝗗𝗘 𝗖𝗜𝗡𝗘𝗠𝗔 | 17h15 - Exibição dos filmes/Exhibition of the movies: “Revolução” de/by Ana Hatherly, “Casas para o povo” de/by Catarina Alves Costa, “A Caça Revoluções” de/by Margarida Rêgo, “Amanhã” de/by Solveig Nordlund e/and “Os Cravos e a Rocha” de/by Luísa Sequeira.
𝗕𝗔𝗥 𝗕𝗔𝗧𝗔𝗟𝗛𝗔 𝗖𝗘𝗡𝗧𝗥𝗢 𝗗𝗘 𝗖𝗜𝗡𝗘𝗠𝗔 | 18h30 - Mulheres de Câmara na Mão - Cinema e Revolução: Conversa com Luísa Sequeira, Catarina Alves Costa, Raquel Freire e moderação de Ana Sofia Pereira (FEMglocal) | 𝑊𝑜𝑚𝑒𝑛 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝐶𝑎𝑚𝑒𝑟𝑎𝑠 - 𝐶𝑖𝑛𝑒𝑚𝑎 𝑎𝑛𝑑 𝑅𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢𝑡𝑖𝑜𝑛: 𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝐿𝑢𝑖́𝑠𝑎 𝑆𝑒𝑞𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎, 𝐶𝑎𝑡𝑎𝑟𝑖𝑛𝑎 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑠 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎, 𝑅𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙 𝐹𝑟𝑒𝑖𝑟𝑒, 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑏𝑦 𝐴𝑛𝑎 𝑆𝑜𝑓𝑖𝑎 𝑃𝑒𝑟𝑒𝑖𝑟𝑎 (𝐹𝐸𝑀𝑔𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙).
-----------------------------------------------------
Biografia/Biography Luísa Sequeira.png PT | Luísa Sequeira é artista, realizadora e curadora de cinema. Trabalha com cinema, teatro e fotografia e colagem, explorando as interseções do cinema e dos media emergentes. Nos últimos anos o foco do seu trabalho é a reconstrução poética das narrativas femininas na história da arte e do cinema, que foram invisibilizadas pelo poder patriarcal. Tem uma especialização em realização de documentários e um doutoramento em Arte dos Media. Realizou a longa-metragem documental “O Que Podem as Palavras” (2022, co-realizado com Luísa Marinho), vencedora do prémio do público do Doclisboa 2022; e “Quem é Bárbara Virgínia?” (2017), filme que foi exibido em vários festivais de cinema, como IFFR -International Film Festival Rotterdam, Doclisboa, Mostra de São Paulo, premiado no Porto Femme e no Festival Caminhos do Cinema Português. Realizou e produziu várias curtas, entre elas, “Născută” (2019), “Os Cravos e a Rocha” ( 2015), “Memória, substantivo feminino” ( 2015), “La Luna” ( 2015), “Passageira” ( 2008), e “Mulheres no Palco” (2006). Na televisão coordenou e apresentou o Fotograma, um magazine de sua autoria dedicado ao cinema em língua portuguesa. Participou em várias exposições, das quais se destaca, A Luz da Estrela Morta, na galeria Nuno Centeno, O Tempo dos Outros, na galeria Adorna e no Centro Cultural de Mindelo em Cabo Verde. Em 2022 participou na Bienal de Kaunas, Lituânia / Capital Europeia da Cultura e realizou a exposição Cine Constelação na Masc Foundation em Viena de Áustria. Formadora de vários workshops de cinema mobile e activismo, Luísa é diretora artística do Shortcutz Porto e do Super 9 Mobile Film Fest. Recentemente escreveu e encenou a peça de teatro com cinema expandido, Rosas de Maio. Neste momento está a trabalhar no projeto de animação, Ave Marias, com o artista Sama e a produzir a série, As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa.
EN | Luísa Sequeira is an artist, director and film curator. She works across different platforms; film, theatre, photography and collage, exploring the intersections of cinema and emerging media. In recent years the focus of her work has been the poetic reconstruction of female narratives in the history of art and cinema, which have been invisibilised by patriarchal power. She has a specialisation in documentary filmmaking and a PhD in Media Art. She directed the feature-length documentary "O Que Podem as Palavras" (2022, co-directed with Luísa Marinho), winner of the audience award at Doclisboa 2022; and "Quem é Bárbara Virgínia?" (2017), a film that was shown at various film festivals, such as IFFR - International Film Festival Rotterdam, Doclisboa, Mostra de São Paulo, awarded at Porto Femme and the Caminhos do Cinema Português Festival. She has directed and produced several short films, including "Născută" (2019), "Os Cravos e a Rocha" (2015), "Memória, substantivo feminino" (2015), "La Luna" (2015), "Passageira" (2008), and "Mulheres no Palco" (2006). On television, she coordinated and presented Fotograma, a magazine she wrote dedicated to Portuguese-language cinema. She has taken part in several exhibitions, including A Luz da Estrela Morta (The Light of the Dead Star) at the Nuno Centeno gallery, O Tempo dos Outros (The Time of Others) at the Adorna gallery and the Mindelo Cultural Centre in Cape Verde. In 2022 she took part in the Kaunas Biennale, Lithuania / European Capital of Culture and held the Cine Constelação exhibition at the Masc Foundation in Vienna, Austria.A trainer of various mobile cinema and activism workshops, Luísa is the artistic director of Shortcutz Porto and the Super 9 Mobile Film Fest. She recently wrote and directed the play with expanded cinema, Rosas de Maio.She is currently working on the animation project, Ave Marias, with the artist Sama and producing the series, As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa.
PT | Rita Capucho é uma das fundadoras e co-directora do Porto Femme – Festival Internacional de Cinema, programadora das Femme Sessions e do Shortcutz Aveiro. Desempenha funções como produtora, curadora e formadora em várias organizações culturais. Desempenha funções como coordenadora e formadora no projecto Cinamiza-te, na formação de público juvenil na área de cinema. Participa como membro de Júri em vários festivais de cinema internacionais. É fundadora e faz parte da direcção da MUTIM - Associação das Mulheres Trabalhadoras da Imagem em Movimento. Doutoranda em Comunicação e Ativismo na Unversidade Lusófona. Licenciada e mestre em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro do grupo de trabalho Correntes Artísticas e Movimentos Intelectuais do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX da Universidade de Coimbra. Faz parte do projecto de investigação “SPECULUM – Filmar-se e Ver-se ao Espelho: O uso da escrita de si por documentaristas de língua portuguesa”. É presidente da direcção do Grupo Poético de Aveiro, do qual faz parte desde 2004, no qual trabalha na organização de vários eventos poéticos. Participou em vários recitais de poesia e encontros poéticos. Atualmente pertence ao grupo coordenador da revista “Folhas letras & outros ofícios”. É uma das organizadoras do Poetry Slam Aveiro e uma das coordenadoras da Plataforma Portugal Slam. Tem vários trabalhos publicados em revistas e coletâneas e mais recentemente no livro "Reconstituição Portuguesa”. Foi um dos membros fundadores da AVANCA | CINEMA – Conferência Internacional Cinema – Arte, Tecnologia, Comunicação, e também do International Journal of Cinema, onde desempenhou funções como produtora editorial. Foi programadora do Cinema Dolce Vita de Ovar, das “Quintas de Cinema” do Cine-Teatro de Estarreja e de “Os Filmes das Nossas Terças” no Teatro Aveirense.
EN | Rita Capucho is one of the founders and co-director of Porto Femme - International Film Festival, programmer of Femme Sessions and Shortcutz Aveiro. She works as a producer, curator and trainer for various cultural organizations. She is a coordinator and trainer for the Cinamiza-te project, which trains young people in cinema. She has been a jury member at various international film festivals. She is a founder and member of the board of MUTIM - Association of Women Workers of the Moving Image. PhD student in Communication and Activism at Lusófona University. She has a degree and a master's degree in Artistic Studies from the Faculty of Letters of the University of Coimbra. She is a member of the working group Artistic Currents and Intellectual Movements of CEIS20 - Center for Interdisciplinary Studies of the 20th Century at the University of Coimbra. She is part of the research project "SPECULUM - Filming Yourself and Seeing Yourself in the Mirror: The Use of Self-Writing by Portuguese-Speaking Documentary Filmmakers". She is president of the board of the Aveiro Poetic Group, of which she has been a member since 2004, where she works on organizing various poetic events. She has taken part in various poetry recitals and poetic meetings. She is currently a member of the coordinating group of the magazine "Folhas letras & outros ofícios". She is one of the organizers of Poetry Slam Aveiro and one of the coordinators of Plataforma Portugal Slam.
She has published several works in magazines and collections and most recently in the book "Reconstituição Portuguesa". She was one of the founding members of AVANCA | CINEMA - International Conference Cinema - Art, Technology, Communication, and also of the International Journal of Cinema, where she worked as an editorial producer. She was a programmer for the Dolce Vita Cinema in Ovar, for "Quintas de Cinema" at the Estarreja Cine-Teatro and for "Os Filmes das Nossas Terças" at the Aveirense Theatre.
