Remoinho é encontro, convergência e transformação nas várias artes que expressam a vida, trazendo nesse movimento a presença de corpos que habitam territórios específicos e os seus sentidos na experimentação quotidiana. Criado um grupo temporário de exploração da performance corporal, o mote parte das coreografia dos gestos e dos sabores pelos moinhos e masseiras locais, de um tempo presente e vivido e de rasgos de outros tempos imaginados. O corpo adquire uma sensibilidade territorial onde, coletivamente, os elementos exploram os significados das palavras de um tempo fora do tempo – seja pelo movimento circular da broa e da massa, seja pela circularidade do rodízio que pela água é movimentado. Gestora desse movimento concêntrico, Manuela Ferreira, encenadora e dramaturga, provoca o pensamento na construção de modos de fazer e colaborar. Vai nutrindo pequenos impulsos do quotidiano que podem ir desde a poética dos espaços à cartografia das memórias, de onde emergem processos colaborativos.