Fotografia cartaz: © Filipe Faria, 2023
RTCP 2024 | CCR XXV - Como bagos de romã | Coprodução original | Música
Sete Lágrimas
27º Aniversário Centro Cultural Raiano
Dia: 02 fevereiro 2024
Hora: 21h30
Local: Centro Cultural Raiano
Duração: 60 minutos (aprox.)
Classificação etária: M/6
Acesso:
Entrada gratuita, limitada à lotação da sala, mediante reserva e levantamento de bilhete. Após o início do espetáculo, só é permitido entrar no auditório no intervalo de cada música.
Sinopse
"Dizem que Guglielmo Marconi (1874-1937), físico e inventor italiano, padrinho da tecnologia rádio, acreditava que o som não morre. Sonhava ouvir os sons perdidos, tocar nessas frequências eternas.
Podíamos ouvir tudo. Ouvir a primeira inspiração dos nossos filhos e dos nossos pais. Ouvir o primeiro grito da Humanidade, cada sermão, conselho sábio ou riso de todas as gerações. Ouvir o som grave da primeira erupção ou o canto agudo daquela ave que escapou para longe. Todos nós podíamos ouvir tudo. Ouvir tudo, para sempre.
Depois de produzido, o som não morria mas perdia poder, enfraquecia. Estas ondas sonoras, fracas, sem destino preciso, permaneciam eternamente a flutuar. Qualquer som podia, em teoria, ser recuperado. Ouvido pela primeira ou pela enésima vez. Qualquer som de qualquer lugar ou tempo passado. O primeiro e o último. Um som perdido podia ser ouvido, novamente, com o equipamento certo. Um equipamento poderoso. Um que conseguisse ouvir e escolher. Um por inventar. (...)"
Filipe Faria
"O silêncio das pessoas quando pensam. O seu silêncio, quando calam. (...)
Se algo sabemos sobre o silêncio é a sua perfeita impossibilidade, pois até o silêncio dos silêncios nos segreda os seus poemas, as suas sonoridades. Sons fugidios, hospedeiros em nós, hóspedes insuspeitos do seu sítio, da sua natureza, sem ter para onde ir, sem ter onde ficar, como se pertencessem a um efémero residente, perdido e achado, achado e perdido, numa paisagem perpétua. O híbrido sentir da ausência é a derradeira verdade, que no som se reencontra com a vida, na colectividade da memória. (...)"
Luís Pedro Cabral
"(...)Aqui, como noutros lugares, o mundo da memória é um mundo de perdidos, mesmo quando achados e guardados. Porque as vozes partem e, nem sempre, outras há que lhes consigam dar continuidade. Missão terrível e intimidante, sobre a qual continuará a correr muita tinta, a haver muita discussão, entre o consenso e a ruptura. (...)
Paulo Longo
O consort Sete Lágrimas visita a aldeia de São Miguel d'Acha e o seu cancioneiro. Guiado pela memória e pela voz da D. Fátima Milheiro, visita os seus lugares... olha, a partir deles, a poesia e os sons de outros tempos... o passado e o presente... e olha a Península que ocupamos... e todas as suas geografias...
O espetáculo As Cantigas são tantas resulta de uma coprodução CCR/Município de Idanha-a-Nova - O Homem e inicou-se com uma residência artística realizada em torno do Cancioneiro de São Miguel d’Acha, no concelho de Idanha-a-Nova. O novo projecto inspira-se no terceiro volume do Museu dos Sons Perdidos, intitulado “As cantigas são tantas, que a mim até se mudam”, de Filipe Faria, editado em 2023.
Ficha artística e técnica
Filipe Faria e Sérgio Peixoto: Direção artística
Filipe Faria: Voz, percussão, viola de mão de 4 ordens, bandurra descante
Sérgio Peixoto: Voz
Tiago Matias: Guitarra barroca, guitarra romântica
Juan de la Fuente: Percussão
Fátima Torrado Milheiro: Voz
Tiago Milheiro: Voz
Biografia
Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas ECMC – Consort de Música Antiga e Contemporêna – assume o nome da inovadora colecção de danças do compositor renascentista John Dowland (1563-1626) publicadas por John Windet em 1604 quando o compositor era alaudista de Cristiano IV da Dinamarca (1577-1648).
Dedicado aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade – bem como da música erudita com as tradições seculares –, Sete Lágrimas junta músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por originais investigações musicológicas como por processos de inovação, irreverência e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga.
Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da música tradicional ou do jazz.
Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma intensa actividade concertística de centenas de concertos na Europa e Ásia. Sete Lágrimas chama frequentemente, aos seus projectos, músicos convidados das áreas da Música Antiga e da música tradicional, jazz e do mundo. Destes, destacam-se o Coro Gulbenkian (Portugal), María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungria), Ana Quintans (Portugal), Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal), Adufeiras de Monsanto (Portugal), CRAMOL (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal).
+ info: setelagrimas.com
Cofinanciamento
República Portuguesa-Cultura/DGARTES, ao abrigo do Programa de Apoio à Programação da RTCP
Informações e Reservas
Centro Cultural Raiano (CCR)
Tel.: (+351) 277 202 900
Email: ccr@idanha.pt
www.idanha.pt/agenda
Av. Joaquim Morão
6060-713 Idanha-a-Nova
GPS: 39.926967, -7.243981
A bilheteira funciona de terça a domingo, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00. Nos dias de espetáculo, a bilheteira abre uma hora antes do início do mesmo. Encerra à segunda-feira, no dia 1 de janeiro, Domingo de Páscoa, Feriado Municipal (terceira 2ª feira após a Páscoa) e 25 de dezembro.
Fonte: https://www.idanha.pt/agenda/música/as-cantigas-sao-tantas/
