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Bienal da Maia I foi para caminhar que aqui cheguei (III Momento)

Bienal da Maia I foi para caminhar que aqui cheguei (III Momento)

BIENAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA MAIA 2023

foi para caminhar que aqui cheguei (III Momento)

15 de julho de 2023, sábado, às 10h00

Workshops, concertos, performances, exposições, visita

Locais: Fórum da Maia, Município da Maia, online

Entrada: Gratuita

Morada: Fórum da Maia, Rua Eng.º Duarte Pacheco, 4470-174 Maia

Como chegar:

Metro _ linha verde, sentido Campanhã > ISMAI

Autocarro _ 600 e 604, sentido centro do Porto > centro da Maia

Inaugurada com sucesso no passado dia 19 de maio, comprovado tanto pelo público em geral como por todos os que têm visitado a Bienal em grupos formais e informais, foi para caminhar que aqui cheguei apresenta o seu terceiro momento.

A Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023 apresenta no dia 15 de julho o terceiro de quatro momentos a realizar até 15 de outubro. Este momento permite rever a exposição central da Bienal, bem como conhecer as novas obras criadas por Carlos Trancoso e Náhir Capêlo, que serão apresentadas em duas exposições no espaço público, descobrir novos sons com Super Bronca, Leonor Parda, Bug Snapper e Inês Tartaruga Água & Xavier Paes e degustar sabores durante as performances de Sofia Lomba e Hotelier/ Paula Lopes. Haverá ainda oportunidade para participar no workshop de performance com Susana Chiocca, cujos resultados serão partilhados com o público neste dia. Por fim, acontecerá uma visita orientada à Bienal pelo curador José Maia.

A Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023 atua no campo da esperança, reclamando utopias realizáveis e futuros possíveis. Ao longo de quase seis meses, mais de 200 obras de 80 criadores serão apresentadas em cerca de 50 eventos. O programa da Bienal apresenta uma grande heterogeneidade de eventos, entre os quais: exposições, mostras de performance, concertos, ativações de obras, intervenções no espaço público, uma mostra de vídeo com extensão ao espaço da web, uma coleção de e-mail arte, residências artísticas, cursos e workshops com artistas, conversas e debates com diversos agentes artísticos. São apresentadas obras interdisciplinares que intersectam as artes plásticas com a literatura, a música, a dança, a performance, o design e o vídeo.



Participantes: Abel Mota, Afonso Loureiro, Afonso Rocha, Adrien Martins, A Leste, Alice Martins, Antera coletivo, Arcana, Artristas Coletivo, António Manso Preto, António Onio, April, Bug Snapper, Carla Castiajo, Clara de Cápua, Carla Santos Carvalho, Carlos Trancoso, Diogo Nogueira, Dj Princesa, Dj Problemátiko, Fabrizio Matos, Fátima Vieira, Francisca Mortágua, FER, Filipa Valente, Gustavo Silvamaral, Henrique Apolinário, Henrique Costa, Hotelier, Hugo Adelino, Hugo Miguel Santos, Iñaki Aires, Inês Coelho, Inês Tartaruga Água, Israel Pimenta, Ivy Lee Fiebig, Joana Mendonça, João Alves, José Filipe Alexandre, Júlia de Carvalho Hansen, Júlia de Luca, Lava, Léa Castro Neves, Leonor Parda, Leonor Arnaut, Liliana Coutinho, Liza Frank, Mariana Barrote, Mariana Camacho, Mathias Gramoso, Maria Paz, Mariana Couto, Miguel Ângelo Marques, Movimentos Bruxos, Nahir Capêlo, Nika, Nenaza, Olmo, Osíidéto, Paula Lopes, Pedra no Rim, Pedro André, Pedro Moraes, Peyvand پیوند , Pisitakun Kuantalaeng, Ruca Bourbon, Teresa Bessa, Tiago Loureiro, Sepehr aka Rakhsh, Sirte, Sofia Leitão, Sofia Lomba, Sofia Fernandes da Mata, Soheil aka Deioces, Super Bronca, Susana Chiocca, Vicente Mateus, Vitor Moreira, Yasmine Moradalizadeh, Xavier Paes

Curadoria de José Maia

IMPRENSA

O curador, José Maia, está disponível para vos receber no espaço da Bienal, por contacto telefónico ou outro, durante o período de exposição (19 maio – 15 outubro). Poderão contactar-nos por e-mail (bienaldamaia.press@gmail.com) ou diretamente pelo telefone: 933288141 (Curador José Maia) ou 927890398 (Assistente de Curadoria Filipa Valente).

Documentação: Enviamos em anexo duas imagens de uma vasta documentação fotográfica e videográfica da Bienal que está disponível para envio. Para mais imagens fotográficas ou vídeos contactar: 927890398 ou bienaldamaia.press@gmail.com (Assistente de Curadoria Filipa Valente).

CONTACTOS

Câmara Municipal da Maia

Fórum da Maia

Chefe de Divisão da Cultura: Sofia Barreiros

Tel.: 229 408 643 ∙ 931 601 707

e-mail: infocultura@cm-maia.pt

Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023_ foi para caminhar que aqui cheguei

Tel. Curador: José Maia_933288141

Tel. Assistente de Curadoria: Filipa Valente_927890398

e-mail: bienaldamaia.press@gmail.com

ONLINE / PLATAFORMAS DE VISUALIZAÇÃO

Site: www.bienaldamaia23.pt

Facebook: https://www.facebook.com/BienalMaia

Instagram: @bienaldamaia

YouTube: https://www.youtube.com/@bienaldamaia

PROGRAMA

14 JULHO

10h00-13h00 – Susana Chiocca _ Conferência

14h30-17h00 – Susana Chiocca _ Workshop de performance _ Momento I

15 JULHO

10h00-13h00 – Susana Chiocca _ Workshop de performance _ Momento II

10h30 – Visita com o curador

15h00 – Inauguração Exposições MUPIs

Carlos Trancoso _ MUPIs Município

Náhir Capêlo _ MUPIs Fórum Maia

15h30 – Diogo Nogueira _ Apresentação residência artística

15h45 – Sofia Lomba _ Performance piquenique

16h15 – Susana Chiocca _ Apresentação workshop de performance

17h00 – Super Bronca _ Concerto

17h30 – Leonor Parda _ Concerto

18h00 – Bug Snapper _ Concerto

18h30 – Inês Tartaruga Água & Xavier Paes _ Ativação de obras

19h00 – Hotelier / Paula Lopes _ Performance gastronómica

Para encontrar o Press Release Geral, com o programa completo, e a Folha de Sala, por favor, aceder a: https://bienaldamaia23.pt/sobre/



WORKSHOPS, OFICINAS E PALESTRAS

COM ARTISTAS

A Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023 apresenta-se como um espaço híbrido, onde a curadoria deixa lugares de intervenção propostos no espaço expositivo, que serão provisoriamente ocupados pelas visitas e oficinas de mediação, pelas oficinas propostas e orientadas pelos artistas, mas também por professores que aqui propõem, apresentam e avaliam os trabalhos dos seus alunos de licenciaturas artísticas da zona norte do país. Desta forma, a BACM 2023 é inovadora no seu género, transformando o espaço expositivo do Fórum da Maia num rizoma habitado pela comunidade, que com as diferentes ramificações que vai construindo, é também uma obra final.

Susana Chiocca

Palestra + Workshop de performance

A teriantropía e o mascaramento como possibilidade do ser + Um ser outro

14 de julho | 10h00-13h00 (palestra); 14h30-17h00 (workshop) | 15 de julho | 10h00-13h00 (workshop); 16h15 (Apresentação workshop de performance) | Por marcação | Fórum da Maia | Público geral

Programa composto por palestra (“A teriantropía e o mascaramento como possibilidade do ser”) e workshop (“Um ser outro”). A palestra consiste numa viagem desde os primeiros vestígios de mascaramento, relacionando imagens, artistas e acontecimentos separados por vários séculos, do xamã às divindades, do performer ao músico. O corpo reivindicativo, o corpo pensante, o corpo político, o corpo crítico que se desvela, que ensina a partir de si e se desloca para um outro corpo. A partir da palestra inicia-se o workshop, procurando a partilha de materiais trazidos pelos intervenientes e a construção individual de um outro ser, um trabalho que se pode materializar para além do corpo, em fotografia, som e/ou vídeo.

https://bienaldamaia23.pt/arte-educacao/#496

EXPOSIÇÕES DE MUPIs

O espaço coletivo de debate que aqui se cria pela mão do curador José Maia, faz uma apologia à Ágora da edição anterior da Bienal (2021), mas ascende a uma espécie de “novo hoje” que é muito mais complexo e completo, ao mesmo tempo que, fugaz, nos escapa entre os dedos. No contexto da Bienal da Maia 2023, o espaço público da cidade da Maia acolhe uma exposição de MUPIs, numa proposta de extensão da exposição central, mas que interpela o visitante em espaços não consagrados, em ruas onde a rotina dos dias não convida a arte a entrar. Será possivelmente o mais democrático de todos os momentos expositivos desta Bienal, remetendo para uma utopia realizável de que a arte possa chegar a todos, e que isso possa ser um momento de abertura coletiva, para um lugar cada vez mais comunitário. No caso da exposição de MUPIs, cada dispositivo apresentará uma obra de arte diferente durante sensivelmente um mês, permitindo desta forma que um maior número de artistas possa chegar a mais locais da Maia, criando também uma visão dinâmica de um dispositivo estético por definição.

https://bienaldamaia23.pt/no-espaco-publico/

Carlos Trancoso _ MUPIs Município

O olhar perspetivado no trabalho de Carlos Trancoso (n.1989), é primordialmente um olhar fotográfico. É a partir dele que o artista multidisciplinar questiona as formas como o ser humano se relaciona com a tecnologia, criando imagens sem câmara, cruzando diversos meios com imagens geradas por computador.

Operando nas fronteiras entre o documental e a ficção, Trancoso questiona os padrões estabelecidos de criação imagética nas sociedades hodiernas.

Na Bienal da Maia, o artista ultrapassa os limites da bidimensionalidade ao criar objetos tridimensionais, com recurso à impressão 3D. Refletindo sobre o conceito de documento digital, em duas vertentes, enquanto veículo de informação e simultaneamente como testemunho de comportamentos isolados num cenário virtual, a série Backup, que aqui se apresenta, usa a duplicação, a cópia, enquanto mecanismo de poder, transformando-a dessa forma em protocolo. Os trabalhos de Trancoso iteram a ideia de que, na era digital, o “direito ao esquecimento” é uma aporia inultrapassável.

Além da série Backup, apresentam-se no espaço expositivo do Fórum publicações realizadas pelo artista e podemos. Igualmente, observar alguns dos seus trabalhos na rede de MUPIs da cidade. In situ, propõe-se, num primeiro momento, fotografar artistas e outras pessoas envolvidas na Bienal, trabalhos que após a impressão, recorte e montagem adquirem uma natureza tridimensional. Esse efeito transformador, do “bi ao tri”, será igualmente experienciado pelo público num workshop.

Náhir Capêlo _ MUPIs Fórum Maia

Fecha os olhos e vê.

Um raio de luz atravessa o espaço arquitetónico e dá uma nova visibilidade ao jardim de inverno do Fórum. Dessa intervenção transformadora, imaginada por Náhir Capêlo (n. 1994), emerge uma paisagem enformada pela instalação sonora criada pela artista em parceria com Henrique Costa (n. 1995). E se a paisagem é, por definição, um construto humano, nesta circunstância é-o duplamente pois os seus limites são as paredes de betão do edifício. A arquitetura controla e define o espaço que é aqui o lugar da natureza, um lugar que simula um outro lugar, aquele em que a natureza, alheia à intervenção humana, se regula a si mesma. Sobre o processo, afirma Náhir Capêlo:

Após algumas visitas ao espaço notámos características sonoras próprias da situação de condensação. As transformações da matéria para estado líquido produzem esporádicos sons de gotas a cair sobre as grandes folhas das plantas tropicais. Estes ritmos têm sido a base do ambiente sonoro que estamos a produzir, cruzando-os com alterações feitas a partir de diversos sintetizadores.

O questionamento das relações entre o mundo natural e a tecnologia está igualmente presente nos trabalhos que se exibem na rede de mupis da cidade, resultantes de um projeto de investigação intitulado Ela não se move: o que escapa à história também existe realmente. Aí, Capêlo problematiza a dicotomia natureza/cultura e a forma como ela é mediada pelas tecnologias digitais. Se, inicialmente, o projeto foi apresentado enquanto instalação vídeo, aqui são os frames desse mesmo vídeo que se mostram.

Num outro trabalho, o vídeo A imensidão das coisas (Fez, Marrocos, 2022), 3’ 48’’, um ligeiro movimento panorâmico introduz-nos a um típico casario magrebino. Os gestos de uma jovem rapariga captam a atenção do espetador. A imagem fixa-se num corpo em movimentos improvisados, um corpo livre que explora a relação consigo mesmo e com os objetos que o rodeiam. Náhir Capêlo faz aqui um exercício sobre a linguagem enquanto instrumento de continuidade entre o humano e o não-humano, sobre a linguagem enquanto forma de expressão não exclusivamente verbal ou sequer humana, sobre a linguagem enquanto ferramenta de emancipação.

PERFORMANCES

Sofia Lomba _ Performance piquenique

O corpo é a matéria de que se faz a obra de Sofia Lomba (n. 1984). Quer seja na sua vertente performática, quer seja através do desenho. E nessa matéria que é o corpo, essa matéria dúctil, em permanente mutação, que se fundem arte e vida. A partir dele, a artista multidisciplinar explora questões de género e identidade, questões de sexualidade e suas representações, sob um viés ecofeminista. A atenção de Sofia Lomba está particularmente focada na desconstrução do discurso dominante de género e na forma como ele produz e reproduz, como ele cria e condiciona os corpos, sujeitando-os a uma apertada e rígida camisa de forças normativa. As diáfanas séries de desenhos de grandes dimensões (acrílico sobre seda) envolvem o espetador numa paisagem híbrida, espécie de floresta simultaneamente genitália e floral, entretecida entre a imagética de raiz científica e o imaginário especulativo. Estas imagens são sujeitas a um processo de iteração e transformação, no qual a vagina se faz vulcão se faz vulva se faz clitóris se faz pénis. São estas paisagens híbridas, mas também as suas práticas performativas que aqui se apresentam, nomeadamente, a conversa performance em que os desenhos se transformam em toalhas de piquenique, no qual a comunidade é convidada a participar.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#2451

Hotelier / Paula Lopes _ Performance gastronómica

Não por acaso, o espaço Hotelier instalou-se há uns anos na portuense Rua de Anselmo Braamcamp, um epicentro de projetos artísticos independentes e de pensamento livre. Definindo-se como um “atelier multiversal de experimentação artística contemporânea”, orientado para a reutilização de materiais, o projeto Hotelier liderado por Paula Lopes muda-se para a Maia, no decurso desta edição da BACM. Constituindo-se, nesta circunstância, tal como acontece no espaço-mãe, como um local de partilha, experimentação, reflexão crítica e aprendizagem – a par, aliás, do espaço A Leste – e afirmando-se, igualmente, como casa de acolhimento de projetos artísticos com práticas consonantes. A experiência da “piscina seca”, sala do espaço da Anselmo Braamcamp, cujos pavimento e paredes, parcialmente pintados de azul como se se tratasse de uma piscina, – ironia mordaz da lógica de consumo capitalista, a que não dispensa o “hotel com piscina” –, replica-se na Maia. Aqui, com recurso a materiais reciclados, desperdícios, aliás. Em fundo, uma paisagem sonora que é, de algum modo, sinónima de liberdade, sons captados enquanto Paula Lopes aprendia a nadar. Será esse o espaço privilegiado de experimentação, acolhimento de concertos e performances, de projetos artísticos diversos. No mesmo dia em que Inês Tartaruga Água e Xavier Paes aí se apresentam em concerto, e num mesmo contínuo conceptual, de futuros possíveis, Paula Lopes convida-nos para uma performance gastronómica, em linha com o trabalho que vem desenvolvendo no Hotelier: experiências gastronómicas de aprendizagem e partilha, de raiz vegan, sempre com a reutilização em mente: “Interessa-me a tentativa e erro e, essencialmente, a imperfeição, mais do que o seu contrário”, diz-nos a criadora. As suas explorações gastronómicas, ativadas pela participação do espetador, são enunciados de um modo de estar no mundo, enunciados de um modo diferente de pensar o mundo: ecológico, sustentável, escutando as respirações da terra.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#2451

CONCERTOS

Super Bronca

Artista multidisciplinar e performer sediada no Porto, Teresa Bessa (n. 2000) recorre a meios como a pintura, o desenho, o vídeo ou a fotografia. A sua prática artística assenta, sobretudo, num questionamento contínuo da identidade, nas suas facetas existenciais, queer, feministas e sociopolíticas. O corpo e os seus contextos são, por isso, questões centrais no trabalho de Teresa Bessa. É daí que parte para a construção de narrativas ficcionais e metafóricas das quais ressoam ecos expressivos e surrealizantes.

Simultaneamente, inicia em 2022, o projeto documental Morto. com inevitável correlação com a imagem de marca do município Porto. Trata-se de um ensaio fotográfico in progress, acerca dos processos de gentrificação, equacionando problemáticas como a dualidade centro-periferia ou as desigualdades socioeconómicas. É precisamente este projeto que Teresa Bessa traz à BACM, desta feita investigando e percorrendo as terras da Maia e mapeando as suas idiossincrasias. O trabalho exibe-se no recinto principal da exposição e nas áreas exteriores, em 16 MUPIs do município, bem como numa publicação de artista.

Licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em 2020 funda, com Beatriz Vale, o coletivo artístico Super Bronca, com o propósito de desenvolver práticas performativas de raiz experimental precisamente questionando a identidade e os limites do corpo e a sua inserção no contexto sociopolítico. A dupla Super Bronca apresenta-se em concerto na Bienal, com a promessa de sonoridades de raiz experimental, de que ressoam claramente ecos do rock feminino.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#620

Leonor Parda

São bons ventos os que trazem o projeto A Leste até a BACM. Com eles chegam promessas de dias soalheiros e simultaneamente de tempestades.

No decurso da Bienal, esta comunidade de afetos, de experimentação transdisciplinar e reflexão crítica, transporta-se do Porto para a Maia. No espaço expositivo, propõe-se criar uma instalação performativa, híbrida e orgânica, que se auto define como um “local de partilha, empatia, multi-pluri-trans”. É nesse lugar de fruição, ao mesmo tempo de relaxamento e festa, de discussão e partilha, de exposição e pensamento – em permanente estado de ativação – que decorrem quatro momentos performativos que convidam à participação da comunidade: um projeto colaborativo dos artistas Leonor Parda e António Manso Preto; uma performance do bailarino e coreógrafo António Ónio; uma outra, da artista multidisciplinar FER, cuja prática se move entre a performance, a música e o teatro; e finalmente, a festa, que contará com as participações do artista visual e músico Pisitakun Kuantalaeng, bem como de FER, Ónio e Parda.

Ocupando o lugar se transforma o lugar, se transforma o mundo. A Leste na Bienal da Maia é de alguma forma um epíteto de uma Bienal que se pretende afirmar como um espaço de “utopias realizáveis”.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#2451



Bug Snapper

Logo nos planos iniciais de Greenhouse (2023) – título de um vídeo realizado para uma música homónima – transparece a influência formal que o cinema experimental do norte-americano Stan Brakhage (1933-2003) exerce neste exercício de Bug Snapper, projeto a solo do músico, produtor, DJ e artista multimédia Rui Santos (1998). Se pensarmos em alguns planos da curta-metragem The wonder ring (1955), como é o caso dos travellings de câmara ao ombro, só para dar um exemplo, essa marca, aliás reclamada pelo artista portuense, torna-se evidente. Claro que a imagética também essencialmente abstrata de Bug Snapper é um produto do seu tempo. Do ponto de vista visual, o artista recorre a uma mescla de imagens digitais de satélite e imagens geradas por inteligência artificial, com o propósito de acompanhar uma composição musical eletrónica. O trabalho tem como referência estética, explica o artista, a glitch art, ou seja, a identificação de falhas, de erros, de distorções e a sua incorporação propositada nas sequências, gerando movimentos rápidos abstratizantes. Este trabalho Bug Snapper exibe-se na mostra de vídeo. O artista fará igualmente uma performance enquanto músico e DJ. Se o seu trabalho na banda Cat Soup se centra no rock instrumental e no pós-rock, já o percurso que vem percorrendo a solo – que deu origem a dois EP, um single e ao álbum Neptune Recreation Center (2022), tem uma essência eletrónica, com faixas mais rítmicas e dançáveis, outras próximas da ambient music, cujo elemento comum é uso de sintetizadores.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#620

ATIVAÇÃO DE OBRAS

Inês Tartaruga Água & Xavier Paes

A prática artística multidisciplinar de Inês Tartaruga Água (n. 1994) centra-se nas questões da ecologia profunda, da regeneração radical e da biopolítica. É nesse contexto que se afirma como exploradora de plasticidades sonoras, bem como de práticas colaborativas e participativas no espaço público, alicerçadas numa filosofia DIY. Será precisamente sob os lemas da partilha de conhecimento e do do it yourself que a artista nos propõe, a 23 de setembro, uma aproximação ao seu projeto ongoing ToxiCity, que recolhe e mapeia os níveis de toxicidade ao ar das cidades, refletindo sob as formas como o Antropoceno está a lidar com a emergência climática. Numa primeira fase, propõe-nos um workshop de criação de um leitor de poluição “noise-disruptivo”, e horas mais tarde, a partir desse trabalho de recolha e mapeamento realizará uma performance, em que se equacionam as relações entre humano/natureza/tecnologia. Ambas as ações decorrerão no espaço Hotelier e no espaço exterior do Fórum, a 23 de setembro. Os objetos/instrumentos auto construídos são recorrentemente usados nos concertos performance do duo formado por Inês Tartaruga Água e Xavier Paes (n. 1994), o artista transdisciplinar que se movimenta entre os campos das artes plásticas, performance e improvisação, a partir de uma essência sonora. Este projeto incorpora, precisamente, todas estas vertentes: trata-se de um duo de música exploratória, criador de paisagens sonoras que vagueiam entre as experiências meditativas, etéreas, a espaços espectrais, e os momentos de explosão/subducção eletroacústica. Inês Tartaruga Água e Xavier Paes apresentam-se em concerto/performance na BACM a 15 de julho, igualmente no espaço Hotelier.

https://bienaldamaia23.pt/artes-performativas/#620

Investigação e criação de textos de apoio à curadoria: Carla Santos Carvalho

“Workshops, Oficinas E Palestras com Artistas” e “Exposições de MUPIs”: Joana Mendonça

Fonte: https://www.cm-maia.pt/institucional/agenda/evento/bienal-da-maia-i-foi-para-caminhar-que-aqui-cheguei-iii-momento
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