O Museu do Oriente, em colaboração com a produtora The Stone and The Plot, apresenta um ciclo dedicado ao cinema japonês, programado por Miguel Patrício. Seis obras, realizadas entre 1955 e 1969, que retratam o Japão contemporâneo.
Programa:
23 julho
O Menino da Ama (1955)
De Tomotaka Tasaka (1902-1974)
Cineasta independente com uma obra realista, retrata neste filme o dia-a-dia de uma família urbana burguesa onde Hatsu, uma jovem provinciana, trabalha como ama. Hatsu cedo percebe as diferenças entre a sua terra e a capital japonesa, ao mesmo tempo que cria uma relação especial com o filho mais novo do casal. A vida quotidiana na casa espelha assim o conflito entre tradição e modernidade, num filme que é considerado uma obra-prima de Tasaka.
30 julho
Mulheres de Ginza (1955)
De Kozaburo Yoshimura (1911-2000)
Reconhecido pelo talento em retratar as relações amorosas entre homens e mulheres, Yoshimura foi também apelidado de “Mestre dos Filmes Femininos” pela facilidade em trabalhar com atrizes famosas. Mulheres de Ginza acompanha a vida de cinco gueixas, num dos bairros abastados de Tokyo, que ao longo da narrativa revelam as agruras da profissão. Um retrato com humor sobre o papel das mulheres e as dicotomias campo/cidade e tradição versus mudança.
6 agosto
Cada um na sua Cova (1955)
De Tomu Uchida (1989-1970)
Cineasta que iniciou o seu percurso ainda na época do cinema mudo, desenvolveu uma obra onde a crítica social e as alterações políticas no Japão são frequentemente abordadas. Considerado um visionário, habilidoso e perspicaz, retrata neste filme as tensões familiares entre uma viúva e os dois filhos do falecido marido com quem partilha residência. Um reflexo do Japão do pós-guerra e de uma nova e implacável sociedade japonesa.
13 agosto
A Vida de Uma Mulher (1962)
De Dee Yasuzo Masumura (1924-1986)
Arrojado e crítico acérrimo do Japão pós-guerra, Masumura foi um cineasta que procurou desafiar determinados pilares da cultura japonesa. A Vida De Uma Mulher adapta a peça de Kaoru Morimoto, encomendada para glorificar a presença japonesa na China. O filme retrata um país agressivo e opressor que faz das mulheres escravas, apresentando a história de uma órfã narrada no momento em que o Japão entra na escalada militar após a vitória sobre a Rússia, em 1905.
20 agosto
Johnny Coração de Vidro (1962)
De Koreyoshi Kurahara (1927-2002)
Kurahara realizou filmes noirs, juvenis e documentários sobre a natureza. O seu estilo livre refletia o espírito dos anos 1960, década em que o seu trabalho era um dos mais apreciados nos estúdios Nikkatsu. A sua obra satiriza a estrutura social do Japão e dá relevância aos rebeldes, marginais e proscritos. A história segue uma jovem fugitiva que escapou das garras de um comerciante de escravos e que se afeiçoa ao seu salvador, que a trata com frieza.
27 agosto
A Mulher que eu Abandonei (1969)
De Kirio Urayama (1930-1985)
Desde cedo, Urayama alcançou popularidade e reputação. No entanto a sua obra é interrompida quando morre aos 55 anos. A Mulher que Abandonei, filme essencial da Nova Vaga Japonesa, narra a história de Tsutomu Yoshiok que, pela primeira vez, está satisfeito com a vida. Mas o seu estado de graça fica comprometido, quando um profundo complexo de culpa o assalta, depois de uma conhecida referir uma antiga paixão que ele abandonou.
Fonte: https://agendalx.pt/events/event/mestres-japoneses-desconhecidos-4/