Num dos mais elogiados e venturosos acontecimentos artísticos de 2022, a guitarrista norte-americana Mary Halvorson resolveu dar descanso ao seu projeto Code Girl, em torno de canções, e aprofundar a sua soberba veia de compositora. De uma só vez, lançou então dois álbuns, Amaryllis e Belladona, pensados para sexteto de jazz e quarteto de cordas respetivamente, mas com uma constante comunicação entre si, algures entre a música escrita e o jazz contemporâneos. Criada, em boa parte, durante os confinamentos da pandemia, a música carrega a estonteante imaginação de Halvorson e a concretização de ouvi-la transformada por um ensemble de músicos excecionais. Não por acaso, Amaryllis foi, de forma consensual, um dos álbuns maiores do ano passado – no jazz e fora dele.
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