O álbum “Avalanche” marca o regresso de TOMARA a.k.a Filipe C. Monteiro às edições discográficas, depois de em 2017 ter publicado “Favourite Ghost”, o seu trabalho de estreia.
O novo disco, que teve em “Ao Sol” e “A Velha Canção os seus singles de avanço, evidencia desde logo uma mudança na escolha da língua – se no seu anterior trabalho o inglês era a base das suas letras, já “Avalanche” foi escrito em português.
“Cantar em português talvez seja um aspecto que confere assertividade às canções, já que me incita a um discurso directo e significativo. Foi um passo importante e algo quase paradoxal. Durante a pandemia, numa altura em que globalmente estávamos unidos e síncronos, senti a urgência de falar com quem estava mais perto. Só me fez sentido escrever em português.”
Ainda, uma evolução na sonoridade, com a introdução de elementos associados à estética electrónica que não se desvinculando da folk e do som da guitarra, o seu instrumento de origem. Também, um reforço na componente rítmica, conjugando com habilidade as batidas virtuais com a bateria ao vivo de Kiko Moreira
É um disco assertivo, com nervo e com uma pulsação segura. Mantenho o olhar contemplativo, que me define enquanto autor, mas vou perdendo o pudor de assumir que tenho nas mãos o dom de mudar o que não me faz sentido.
A par dos temas entretanto publicados e que têm ecoado na rádio nacional, o repertório de “Avalanche” é bastante coeso em termos da estética sonora que TOMARA quis explorar – os beats e a electrónica emergem na paisagem onírica e melancólica criada pelas guitarras, pedal steel e synths, conferindo-lhe uma nova arquitectura, mais pulsante e definida.
A destacar ainda na passagem a palco de “Avalanche”, o cuidado com os aspectos visuais e cenogáficos – em parceria com o designer José Mendes, Filipe C. Monteiro concebeu para TOMARA um objecto visual de intensa dinâmica que conjuga a sonoplastia com imagens e movimentos luminotécnicos, provocando no público uma experiência sensorial de que as suas canções são o fio condutor.
Sobre TOMARA
TOMARA é o nome que Filipe C. Monteiro escolheu para o seu projecto individual. Músico, produtor e realizador, colaborou com diversos artistas (Sérgio Godinho, Luísa Sobral, Da Weasel, Márcia, The Legendary Tigerman, David Fonseca, Rita Redshoes, António Zambujo, Carlão e tantos outros) realizando videoclips, documentários ou até mesmo a componente cénica dos seus concertos.
Como músico, participou em trabalhos de estúdio e ao vivo de Deolinda, Samuel Úria e Carminho: Co-produziu os discos de Rita Redshoes “Golden Era” e “Lights & Darks”. Desde 2013 que é músico e co-produtor de Márcia, tendo colaborado nos discos “Casulo”, “Quarto Crescente”, “Vai e Vem” e “Picos e Vales”.
No final de 2017 assinou o seu primeiro trabalho sob o nome TOMARA. “Favourite Ghost” foi elogiado pela crítica, tendo integrado várias listas de “melhores discos do ano”. Os singles “Coffee and Toast” e “For no Reason” figuraram em inúmeras playlists e tops de rádios nacionais.
Fonte: https://teatromariamatos.pt/event/tomara/