Entrada: 8€ Bilhetes disponíveis em: https://zedosbois.bol.pt/
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Novo ano, novo Rescaldo. Regressa a Lisboa o festival que é, desde 2007, um dos espaços privilegiados para sentir o pulso criativo do país, em tudo o que tem de mais inclassificável e desafiante.
Na sua décima terceira edição, ocupa, durante cinco dias, outros tantos espaços da capital, com propostas que espelham fielmente a diversidade de lugares sonoros do seu programa.
Entre a composição académica contemporânea e a experimentação auto-didata, entre o jazz e a electrónica, passando por miscigenações inimaginadas e colaborações únicas pensadas em exclusivo para o festival, o Rescaldo continua a afirmar a diversidade estética, social e geracional que vai mantendo vivo o milagre pessoal e coletivo que é o fazer, pensar, sentir e desbravar o Som nas suas infinitas possibilidades.
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João Carreiro + Mariana Dionísio João Carreiro e Mariana Dionísio são dois músicos de predicados excepcionais e escandalosamente jovens idades, cuja afirmação ao longo do último par de anos tem sido fulgurante. O primeiro, guitarrista, estreou-se em 2022 enquanto líder no disco “Pequenos desastres”, rodeado de talento sério e multigeracional do jazz em Portugal, e a segunda, vocalista, tem vindo a desenhar trajectória plural e inspirada em colaboração com percussionistas, trompetistas e outras vozes também tangentes aos territórios mais remotos do jazz no país.
Juntos, prosseguem no Rescaldo o interesse mútuo recém-descoberto pela música litúrgica associada a ritos fúnebres, propondo-se a apresentar um réquiem improvisado, “despido e frágil” porque necessariamente íntimo e mínimo, colocando em cena instinto, sensibilidade e exploração – evocação ad-hoc do temor e da beleza tal como se dignem surgir-lhes.
Mariana Dionisio – voz / João Carreiro – guitarra, electrónicas
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Poly Vuduvum Aparição – felizmente – cada vez mais frequente em palcos portugueses deste duo/encontro entre Diana Policarpo (artista visual celebrada mas cada vez mais artista-inteira e verdadeiramente pluridisciplinar) e Marta ‘Vuduvum’ Von Calhau! (metade de um dos mais idiossincráticos coletivos de arte-total no país, os Calhau!).
Este é um encontro que é sempre da dimensão do inesperado – das artistas consigo mesmas, do Som enquanto possibilidade de portas escondidas que se abrem. Há percussão tocada na dimensão da revelação mágica do ritmo, há palavra em forma de onomatopeia, palíndromo, surrealismo que vem do espanto sempre renovado com a linguagem, há electrónica e acústica aquém e além da electro-acústica. Uma aparição feliz que é um Teatro de extração de significados e acto de re-criação do Ouvir.
Marta Vuduvum – electrónicas, objectos, voz / Diana Policarpo – electrónicas, percussão
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Bezbog Os Bezbog são David Machado e Dora Vieira, dupla nortenha que assinala, em 2023, dez anos de criação conjunta em movimento por entre quase todos os interstícios reconhecíveis da música de vanguarda, entabulado por um espírito de liberdade absoluta face ao Som e ao que ele possa ser e oferecer. Sempre entre os limiares de qualquer coisa que se sujeite a nomeação e arrumação, a música dos Bezbog, feita com recurso a saxofone, computador, apitos, percussão, cavaquinhos, trompetes, rádios e toda uma panóplia de fontes sonoras menos comuns, é uma viagem circular que se sente profundamente pessoal, no que de mais universal há em cada demanda do indivíduo: os Mundos e as Histórias vividas e imaginadas, transpostas para a magia da vibração. Chegam pela primeira vez ao Rescaldo trazendo na bagagem o altamente recomendável e intrigante disco de 2022, “Dazhbog” – tratado de ressonâncias de uma new age despida da componente idílica e sob a ameaça de um qualquer colapso industrial.
David Machado – saxofone, mixer, computador, tin whistle, recorder, snare drum, cavaquinho, mouth harp / Dora Vieira – water whistle, tin whistle, no-input mixer, steel plate, trompete, rádio, sampler