Ciclo Cinema e Descolonização: Moçambique em foco

O Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) apresenta o ciclo Cinema e Descolonização: Moçambique em foco, com projeções regulares de filmes em formato cineclube, onde se pretende debater e refletir sobre os legados e as memórias da descolonização em Moçambique.

As projeções realizam-se uma vez por mês, de novembro de 2022 a julho de 2023, no ISEG – Lisbon School of Economics and Management. Cada sessão conta com a presença de artistas envolvidos na realização dos filmes, bem como de investigadores e moderadores indicados pelo CEsA.

28 janeiro: 10h

O Vento Sopra do Norte

De José Cardoso

1987, Ficção, 101 min.

Uma das primeiras incursões da produção moçambicana pós-independência na longa-metragem de ficção, o filme revisita a última fase do colonialismo português. No seu dia-a-dia, dois rapazes e uma rapariga locais lidam como podem com a prepotência dos colonos, até que a violência passa das palavras aos actos. Do Norte, sopra o vento da mudança.

Segue-se um debate com o cineasta moçambicano Camilo de Sousa e os investigadores do CEsA, Joana Pereira Leite e Carlos Nuno Castel-Branco.

25 fevereiro: 10h

Terra Sonâmbula

De Teresa Prata

2007, Ficção, 96 min.

A história de Muidinga, um rapaz que encontra um diário junto a um cadáver e começa a lê-lo. É a história de Farida, que vive num velho navio ancorado em alto-mar e que aguarda o seu filho. Muidinga convence-se que é esse rapaz e decide partir em busca dela. Viaja com Tuahir, um contador de histórias rabugento que desenvolve uma afeição crescente por Muidinga, chegando a recear que o rapaz encontre a sua família. O filme deixa lentamente para trás a dura realidade da guerra e entra no fantástico. Os sonhos tornam-se realidade e o mar invade a estrada poeirenta.

25 março: 10h

A Colheita do Diabo

De Licínio Azevedo e Brigitte Bagnol

1988, Docuficção, 52 min.

Primeira longa-metragem moçambicana realizada em vídeo por Brigitte Bagnol e Licínio Azevedo, que mistura realidade e ficção, bem como atores profissionais e não profissionais. Entre as primeiras imagens, dedicadas à importância do cinema, e os episódios trágicos, reais e anunciados, o filme retrata o dia a dia de uma pequena comunidade rural ameaçada pela seca e pelos ataques armados dos “bandidos”, defendida por um grupo de veteranos da luta de libertação nacional.

22 abr: 10h

A última prostituta

De Licínio Azevedo

1999, Documentário, 48 min.

As memórias e as vivências de um grupo de mulheres que, após a independência de Moçambique, foram enviadas para os campos de reeducação, para serem “descolonizadas”. Misturando elementos ficcionais e testemunhos, o filme proporciona uma reflexão sobre as contradições do processo de descolonização em Moçambique sobretudo no que se refere às mulheres e aos papéis de género.

Sonhos guardados

De Isabel Noronha

2005, Documental, 29 min.

As trajetórias, os sonhos e as dificuldades diárias de um grupo de homens que perderam os seus empregos e ficaram a trabalhar como guardas de segurança.

6 mai: 10h

Ngwenya, o Crocodilo

De Isabel Noronha

2007, Documentário, 90 min.

Documentário que traça um retrato espiritual e artístico do pintor moçambicano Malangatana.

17 jun: 10h

Sonhámos um país

De Camilo de Sousa e Isabel Noronha

2019, documentário, 70 min.

No início dos anos 70, Camilo de Sousa saiu de Lourenço Marques, Moçambique, deu a volta pela Europa e juntou-se aos guerrilheiros da Frelimo. Primeiro na base de treino de Nachingwea e depois na luta de libertação nacional. Tinha na altura vinte anos. Hoje, a viver em Portugal, regressa a Moçambique para reencontrar dois camaradas de armas, que conheceu na guerrilha e com quem depois partilhou a direcção do partido em Cabo Delgado, até descer de novo à agora Maputo e integrar o novel Instituto de Cinema, tornando-se realizador.

15 jul: 10h

O Fim + Kalunga + La Finca del Medo

De Lara Sousa

Informação aqui

Fonte: https://agendalx.pt/events/event/ciclo-cinema-e-descolonizacao-mocambique-em-foco-2/