Conferência "A subversão do ícone. Figurações do feminino em María Zambrano" Elena Laurenzi Quinta-feira 13 Outubro 19:00 Entrada livre Ciclo Imagens de Pensamento Organização: Sismógrafo Curadoria de Susana Camanho e Emídio Agra @ Casa das Artes. Rua Ruben A, 210. Porto. Mais informação em http://sismografo.org/ / Conference "The Subversion of the Icon. Figurations of the Feminine in María Zambrano" Elena Laurenzi Thursday 13 October 19:00 Free entrance Thought-Images cycle Organization: Sismógrafo Curated by Susana Camanho and Emídio Agra @ Casa das Artes. Rua Ruben A, 210. Porto.
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“Ao contrário das suas contemporâneas, as grandes pensadoras pioneiras de inícios do século XX, María Zambrano não parece disposta a colocar entre parêntesis a sua condição de mulher quando pensa ou escreve. A sua proposta surge claramente da decisão de enfrentar a tradição filosófica que a exclui e de a interpelar a partir de uma posição marginal – ou melhor, excêntrica – na fronteira entre pertença e estranheza. Na sua obra, a diferença sexual não aparece como uma parcialidade ou uma limitação, mas como uma heterogeneidade: o lugar de um conhecimento situado a partir do qual lhe é possível desenvolver uma proposta filosófica capaz de falar a homens e a mulheres. Uma parte relevante desta proposta está ligada a figuras e figurações femininas como Antígona, Heloísa de Argenteuil, Diótima ou Nina, a protagonista do romance Misericórdia de Benito Pérez Galdós. Ao reabilitar estas mulheres no campo da filosofia, Zambrano não se limita a iluminar a sua voz, obra ou façanhas, mas submete a sua representação a uma torção simbólica, oferecendo uma visão destas figuras que diverge da imagem icónica transmitida pela cultura hegemónica.” Elena Laurenzi
Elena Laurenzi é professora na Università del Salento (Itália) e na Universidade de Barcelona. Forma parte do ADHUC-Centre de Investigación Teoría, Género y Sexualidad, do GRC “Creación y pensamiento de las mujeres” e é coordenadora de investigação do Seminario Filosofia y Género. Dedica-se à teoria feminista e ao estudo das pensadoras do século XX. Publicou ensaios sobre María Zambrano, Simone Weil, Iris Murdoch e Françoise Collin. Editou e traduziu para italiano diversas obras de Zambrano, entre as quais a obra inédita Dante espejo humano e o epistolário com Elena Croce A presto, dunque, e a sempre (2015, obra vencedora do prémio Victoria Aganoor Pompilij). Entre as suas publicações destacam-se as monografias: María Zambrano, nacer por sí misma. Ensayos sobre Antígona, Eloisa, Diótima (1995), Sotto il segno dell’aurora. Studi su María Zambrano e Friedrich Nietzsche (2012) e Il paradosso della libertà. Una lettura politica di María Zambrano (Mimesis 2018). Editou, com À. Lorena Fuster, o número monográfico da revista Daimon “Contra la aridez. La propuesta filosófica de Iris Murdoch” (2013) e, com Marisa Forcina, uma dupla monografia na revista Segni e comprensione: “Reti filosofiche femminili. Ripensare la politica e la tradizione” (2015-2016). Ultimamente, as suas investigações têm-se centrado no activismo feminino dos inícios do século XX. Nesta linha, publicou Fili della trasmissione. Il progetto delle donne de Viti de Marco-Starace nel Salento del 900 (Grifo 2018), que expõe um caso de estudo dedicado a três gerações de mulheres do sul de Itália e editou, com Manuela Mosca, o volume colectivo A Female Activist Elite in Italy (1890-1920). Its International Network and Legacy (Palgrave 2021).
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“Unlike her contemporaries, the great pioneering thinkers of the early 20th century, María Zambrano does not seem willing to bracket her status as a woman when she thinks or writes. Her approach clearly arises from the decision to confront the philosophical tradition that excludes her, and to question it from a marginal -or rather eccentric- position, on the borderline between belonging and strangeness. In her work, sexual difference no longer appears as a partiality or a limitation, but as a heterogeneity: the place of located knowledge from which it is possible for her to develop a philosophical proposal capable of speaking to men and women. A relevant part of this proposal is linked to female figures and figurations such as Antigone, Heloise of Argenteuil, Diotima, or Nina, the protagonist of the novel Misericordia by Benito Pérez Galdós. By rehabilitating these women in the field of philosophy, Zambrano does not limit herself to illuminating their voice, work, or deeds, but rather subjects their representation to a symbolic twist, offering a profile of them that disagrees with the iconic image transmitted by the hegemonic culture.“ Elena Laurenzi
Elena Laurenzi is professor at the University of Salento (Italy) and at the University of Barcelona where she forms part of the Gender and Philosophy Seminar / ADHUC–Research Center for Theory, Gender and Sexuality. Her research is developed around two lines of investigation: one dedicated to feminist theory and the other dedicated to women thinkers of the 20th century. She has published essays on María Zambrano, Simone Weil, Iris Murdoch and Françoise Collin. She has edited with Á. Lorena Fuster the monografic number of the journal Daimon “Contra la aridez. La propuesta filosófica de Iris Murdoch” (2013) and, with Marisa Forcina, a double monograph in the journal Segni e comprensione: “Reti filosofiche femminili. Ripensare la politica e la tradizione” (2015-2016). Among her publications are the monographs María Zambrano, Nacer por sí misma. Ensayos sobre Antígona, Eloisa, Diótima (1995), Sotto il segno dell’aurora. Studi su María Zambrano e Friedrich Nietzsche (2012) and Il paradosso della libertà. Una lettura politica di María Zambrano (2017). She has edited and translated to Italian various works by Zambrano, among them, De la aurora, Las palabras del regreso, the critical bilingual edition of the previously unpublished Dante espejo humano and the epistolary with Elena Croce A presto, dunque, e a sempre (2015, winner of the Victoria Aganoor Pompilij prize). Lately, her research has also focused on the female activism of the early 20th century. In this line, she has published Fili della trasmissione. Il progetto delle donne de Viti de Marco-Starace nel Salento del 900 (Grifo 2018), which exposes a case study devoted to three generations of women in southern Italy, and she has edited, with Manuela Mosca, the collective volume A Female Activist Elite in Italy (1890-1920). Its International Network and Legacy (Palgrave 2021).