Os constantes estados de emergência entre 2020 e 2021 provocaram disrupções massivas na produção de cultura: As redes e padrões de circuitos estabelecidos nas várias áreas de criação e exibição, entre elas as artes plásticas, foram inevitavelmente abaladas, dando o lugar a um novo desenho de cartografia cultural, re-orientado por decisões político-económicas, soluções tecnológicas e alteração de acessibilidade, que acrescentaram novas variáveis definidoras do peso e distanciamento entre quem produz, onde se faz, como e quem participa.
Esta apresentação divide-se em dois actos:
• O primeiro consiste num mapa generativo em interface, construído a partir de dados analíticos recolhidos em sincronia com a base de dados de https://viralagenda.com/ de 2015 até ao final de 2021, executado por Tiago Abelha.
O mapa generativo representa uma linha temporal que invoca comportamentos, a proximidade e as relações entre agentes artísticos, primeiramente dentro do domínio da arte contemporânea e de uma seleção de artistas, durante as fases de pré, durante e pós estados de emergência.
Uma prova de conceito que pretende ser iterável e de continuidade, adaptável aos vários contextos e universos culturais - desde a música, às artes performativas, cinema ou literatura - aberta à interpretação e adaptável às várias áreas de produção cultural em Portugal e ilhas.
• O segundo acto é uma exposição de desenho e ilustrações manuais de Carlos Quitério, uma selecção de trabalhos que executou durante a fase de pandemia Covid-19 e durante a sua residência na VIC // Aveiro Arts House durante 2022.
Esta selecção de trabalhos invoca uma reflexão mais vertical sobre os diversos contextos socioeconómicos que aconteceram desde antes do início da pandemia até ao presente, através de esboços gráficos para visualização de dados analíticos, pequenos ensaios visuais e rabiscos espontâneos.
Interpretações que derivam da sua visão crítica do país em tempos de crise. Um misto de diário gráfico, recortes de imprensa manipulados, e interpretações de livre-arbítrio sobre diversos temas da actualidade, que se relacionam directamente com o seu trabalho multi-disciplinar, e que à semelhança de muitos, foi afectado pela conjuntura, e como artista visual e como colaborador da viral agenda através da qual testemunhou de forma directa o impacto que as diversas fases da pandemia provocaram na criação artística nacional.
Apresentação do interface generativo e exposição Domingo 3 de Julho às 17h00. Exposição patente até dia 15 Julho. --
Este projecto tem o apoio do programa Garantir Cultura - República Portuguesa | Ministério da Cultura;
Apoio à produção e residência artística: VIC // Aveiro Arts House;
Apoio técnico e criativo: Tiago Abelha;
Apoio à promoção e recursos analíticos: Plataforma Viral™ - http://viralagenda.com/