JAZZ | Øbsidiana Vol.2
… um notável alquimista dos sons, alguém capaz de processar criativamente os materiais que o rodeiam e de sintetizar aquilo a que, com propriedade, chama de «universo simbólico-artístico».
António Branco, Jazz Pt
“Øbsidiana” é o segundo álbum de uma trilogia que resulta de uma reflexão ensaística sobre cores – vermelho, preto e branco -, e que será concluída em 2023. Filipe Raposo descreve esta trilogia como um “ensaio sonoro”, uma interpretação antropológica e artística sobre a cor, cruzando várias fontes de informação, na música, na pintura, na literatura. O preto foi durante muito tempo contestado enquanto cor. Ao longo da História o seu percurso foi irregular: foi associado à morte e ao luto; de um tom pobre passou a uma cor luxuosa, sofisticada e elegante com o aperfeiçoamento dos pigmentos; sugere dignidade, poder e mistério. Plínio, o Velho, estabelece a etimologia do nome Obsidiana, assim designada por se assemelhar ao vidro vulcânico encontrado na Etiópia por Obsius, um explorador romano. A obsidiana forma-se quando a lava, o material de que é originária, arrefece rapidamente sem permitir a cristalização da maioria dos seus compostos. No Antigo Egipto utilizou-se para fins decorativos obsidiana importada das ilhas do Mediterrâneo oriental e das regiões do sul do Mar Vermelho. A obsidiana também se utilizava em circuncisões rituais pela sua agudez e maneabilidade. As composições deste disco evoluem da tradição erudita europeia, que está presente nas melodias de sabor modal do canto chão, à evolução contrapontística renascentista até às elaboradas fugas de liberdade cromática e harmónica. Neste disco, Filipe Raposo ainda explora técnicas composicionais que resultam do encontro da música improvisada com a música escrita.
Com data de lançamento prevista para junho 2022.
Composição e Piano FILIPE RAPOSO
Fotografia FILIPE FERREIRA
Contacto: Centro Cultural Malaposta
Fonte: https://www.cm-odivelas.pt/conhecer-odivelas/agenda-municipal/todos-os-eventos/evento/filipe-raposo-musica