Estamos tão familiarizados com a ideia de que a natureza é atraente que se pode tornar difícil de acreditar que muitas vezes, na história da humanidade e na nossa própria experiência, tenha parecido pouco óbvio que valesse a pena admirá-la. A natureza é frágil e tem sido muitas vezes mal tratada. A partir da exposição É o cenário que se move, as artistas Luísa Jacinto e Isa Melsheimer contam-nos como a natureza pode contaminar a criação artística e como a arte pode ser um instrumento para nos ajudar a cuidar e a ver de novo a nossa casa comum.
Isa Melsheimer
Isa Melsheimer nasceu em 1968 em Neuss, Alemanha. Vive e trabalha em Berlim. Estudou na Universidade de Artes de Berlim e foi aluna de mestrado de Georg Baselitz. A obra de Melsheimer foca-se na arquitetura modernista e pós-modernista assim como nas conceções subjacentes de seres humanos e natureza, espaço construído e sociedade. A artista encontra inspiração para o seu trabalho na literatura, no cinema, na cultura popular e em textos académicos, incluindo o livro Staying with the Trouble de Donna J. Haraway, que prevê a necessidade de novas relações e interferências entre humanos, máquinas, animais e plantas para a vida na terra destruída na era Chthulucene.
Luísa Jacinto
Luísa Jacinto vive e trabalha em Lisboa. Partindo de um entendimento da pintura como uma ampla e dinâmica relação com o real, desenvolve trabalhos segundo uma lógica processual em vários formatos: pintura, instalação, desenho, colagem, vídeo. A sua prática lida com os protocolos da imagem, a fragmentação e simulação narrativas, o excesso de evidência e o obscurecimento. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal, 2002-2007, MA em Fine Arts na Byam Shaw — Central Saint Martins Schools of Art and Design, University of Arts London, com bolsa Trask Fund, 2008-2009, e participou no Maumaus Independent Study Program, Lisboa, Portugal, em 2016.
Cuidar do corpo
O corpo constitui um observatório privilegiado para a sensibilidade, o espanto e a beleza. Depois das três primeiras conversas sobre a arte, a literatura e a alimentação, queremos agora olhar o corpo social de modo novo e ver como podemos cuidá-lo melhor.
Acreditamos que a beleza, o diálogo e o cuidado com a natureza são possíveis curas para as feridas que a voracidade do tempo, a incultura, as atitudes fechadas e intolerantes, vão abrindo. Através do nosso corpo queremos olhar de novo o corpo que integramos. A proposta da Brotéria desdobra-se em três conversas que contam com oito convidados de áreas diferentes que se juntam a nós neste caminho desafiante de aprender a ver de novo.
Local: Brotéria
Duração: 1h30
Gratuito
Fonte: https://www.broteria.org/pt/programa?avoltadanaturezafragil