O convite é o mesmo de sempre - “Stay. Listen. Play” -, os ambientes, esses, mudam à cadência das sonoridades que, todas as semanas, vão habitando o novo palco do quadrante cultural do Porto. Falamos do M.Ou.Co., que recebe na sexta-feira (dia 11), às 21h30m, um concerto do quinteto emergente de jazz Koinè, radicados na cidade que assistirá agora ao seu primeiro LP de originais (11 faixas, gravadas nos estúdios ARDA, sob supervisão do engenheiro de som Carlos Fuchs). Koinè (que significa “dialeto comum" e é a forma popular do grego que emergiu na pós-antiguidade clássica) são Chico Bastos, Saulo Giovannini, Romain Valentino, Felipe Bastos e Gianni Narduzzi, um quinteto de várias influências, nacionais e musicais, que funde, com uma identidade própria bem vincada, a música clássica, contemporânea e o jazz. Nas composições ouve-se o vibrafone, a bateria, a percussão, o contrabaixo, a flauta transversal, a guitarra clássica, o violão tenor e, claro, a voz. Mas não só. Em 2019, o grupo fez uma tournée em Milão (Itália), onde surgiu a vontade de criar um disco com músicas inéditas, compostas pelos próprios. A ideia germinou em pleno período pandémico e recebeu contributos de Cristóvão Bastos, Rafael Martinni, Attilio Zanchi, Marcelo Amazonas e Maurício Ribeiro, como arranjadores convidados, a que se somou a artista plástica Viola Ottomari (para o design do disco) e o cineasta Ritshall Ramesh, na construção da identidade visual do projeto. O resultado final estará à escuta na sala de espetáculos do M.Ou.Co., integrado no ciclo First Hand, que dá a conhecer novos álbuns, performances ou artistas a descobrir. Douglas Dare no M.Ou.Co. a 18 de março Momento grande será também aquele que assinala, a 18 do corrente (sexta-feira), às 21h30m, o regresso do cantautor inglês Douglas Dare a Portugal, para uma série de quatro concertos, com Braga (dia 19), Coimbra (20) e Lisboa (21) na rota, com o último álbum Milkteeth (2020) na “bagagem”. O arranque acontece no palco do M.Ou.Co., numa noite que se antevê lotada para escutar a pop clássica minimalista do músico originário da cidade portuária de Bridport. Cada vez mais confiante e confortável com a sua identidade, Douglas Dare criou neste último trabalho o seu disco mais íntimo, onde nos confessa, de uma forma minimal, todas as alegrias e tristezas de uma juventude. A carreira de Douglas Dare é ainda relativamente curta, mas contempla já alguns momentos especiais. Entre eles, a reinterpretação do tema “Dance Me To The End Of Love”, em 2017, após convite para a exposição sobre Leonard Cohen “A Crack In Everything”, no Contemporary Art Museum of Montréal. Sem esquecer o convite feito pelo músico e compositor Robert Smith (The Cure), para atuar no Meltdown Festival, no Southbank Centre, em 2018. E, ainda, em 2019, a atuação no Manchester International Festival, em conjunto com a Anna Calvi, a convite do realizador de cinema e compositor David Lynch. Peregrinação para ver e ouvir Mazam Uma semana depois, o jazz regressa ao M.Ou.Co., a 25 de março (sexta-feira), às 21h30m, com o quarteto Mazam, que junta o saxofonista João Mortágua, ao pianista Carlos Azevedo, ao contrabaixista Miguel Ângelo e ao baterista Mário Costa, para descobrir as diferentes paisagens sonoras do mais recente trabalho, intitulado “Pilgrimage”. M.Ou.Co. “Stay. Listen. Play”… Agenda musical da Sala M.Ou.Co.: • 11 de março - Koinè First Hand #4, 21h30m, Sala M.Ou.Co. 10,00 € • 12 de março - DJ SET Jazz Zurc, 20 horas, Bar M.Ou.Co., evento gratuito • 18 de março - Douglas Dare, 21h30m, Sala M.Ou.Co., 15 € • 19 de março - DJ SET Helena Guedes, 20 horas, Bar M.Ou.Co., evento gratuito • 25 de Março - Mazam First Hand #5, 21h30m, Sala M.Ou.Co., 10,00 € • 26 de março - DJ SET Alex Moon, 20 horas, Bar M.Ou.Co., evento gratuito SOBRE O M.Ou.Co.: M.Ou.Co. é o acrónimo de Música e Outras Coisas. Localizado no coração da cidade Invicta, mais precisamente na zona do Bonfim, este é o primeiro hotel do País com um conceito multidisciplinar e assumidamente dirigido para o mundo musical. Com 41 estúdios e 21 quartos (repletos de evocações artísticas), restaurante, bar, piscina, esplanada e jardins, o complexo ocupa um total de cerca de cinco mil metros quadrados e assume-se como um espaço cultural de eleição. Para dar expressão máxima àquele que é o seu claim - “Stay. Listen. Play” -, o M.Ou.Co. dispõe de uma sala de concertos, três salas de ensaios, uma musicoteca, um espaço de saúde e bem-estar do músico e… uma infinidade de pormenores distintivos que convidam a uma descoberta prolongada e a uma experiência hoteleira repleta de sentido(s). O espaço aposta numa programação própria, que dá destaque a projetos musicais de relevo, tanto nacionais como internacionais. Tal como uma banda sonora, todos os seus cantos e recantos respiram histórias. E os animais também são bem-vindos.