Esta “viagem” centra-se na temática do CONTRABANDO e temáticas complementares. O contrabando e a emigração contribuíram para o acelerar das transformações sociais no século XX, introduzindo alguma liquidez na economia familiar. A proximidade da fronteira permitiu que o amanhar dos campos fosse acompanhado pela prática do contrabando, actividade que trazia mais rendimentos para a casa. De dia era uma zona de agricultores, à noite de contrabandistas. O contrabando, importação e exportação clandestina de mercadorias foi, assim, um importante expediente de que se serviram os habitantes desta região para melhorar as condições de vida. A proximidade com Espanha favorecia esta prática. A partir dos anos 60 o contrabando deixou de se inscrever na vertente de “subsistência”, razão pela qual se adoptou a década de 50 como o período a evocar. As vivências a que se pretende apelar com este evento caracterizam fortemente a cultura local e estão associadas a usos, costumes e tradições que se enraizaram. Por outro lado, o evento pretende ainda aludir às tendências globais de comportamentos, onde se farão referências ao plano nacional e internacional de meados do século XX. O evento decorrerá em ambiente de Feira (uma vez que não faltarão as tabernas, comerciantes e artesãos, sempre com referência ao período histórico do evento, onde as pessoas trajarão “à época” e em que serão encenados vários momentos da vida quotidiana d'outrora (laborais, sociais e políticos). Durante o horário de funcionamento do evento haverá animação teatral permanente, bem como animação musical com apontamentos de interacção dos músicos com os visitantes. O evento tem por objectivo a recriação histórica da sociedade dos tempos do contrabando de meados do século XX, desde o comércio às artes (música, cinema, literatura) e profissões, aos divertimentos, sabores e hábitos alimentares, proporcionando a residentes, expositores e visitantes, durante 3 dias, um regresso ao passado.