A guerra colonial portuguesa — que decorreu entre 1961 e 1974 em Angola, Moçambique e na Guiné Bissau — é um episódio muito pouco abordado nas salas de aula das gerações nascidas após o 25 de Abril de 1974. E, apesar de ter marcado uma geração inteira, este conflito tem-se mantido afastado — até muito recentemente — dos palcos portugueses.
No entanto, quiçá por via da proliferação dos estudos pós-coloniais surgidos nos meios universitários, esta guerra tem vindo a constituir o tema de alguns espectáculos de teatro documental surgidos nos últimos cinco anos. Vários criadores nascidos entre as décadas de 70 e 80 têm-se confrontado com a participação de Portugal num conflito que, aos olhos de hoje, não pode deixar de parecer justo para os povos africanos que combatiam pela autodeterminação, e injusto para aqueles que lutavam pela manutenção de um império colonial anacrónico.
Só que, quando se ouvem os testemunhos dos soldados que combateram, a realidade reveste-se de matizes que estão para além da dicotomia Bem/Mal com que frequentemente se encara esta guerra: poucas vezes se aborda o nosso passado recente tendo em conta o contexto geopolítico da época, assim como a realidade social do País.
Um gajo nunca mais é a mesma coisa dá voz aos rapazes que foram mandados para combater outros rapazes em África, e que agora entram na fase derradeira das suas vidas. Apesar de se basear em relatos reais, é ficção. E, sendo ficção, poderá mais livremente analizar a História — e contribuir para a compreensão de um tempo difícil de imaginar para aqueles que já nasceram em liberdade.
𝗙𝗜𝗖𝗛𝗔 𝗧𝗘́𝗖𝗡𝗜𝗖𝗔
TEXTO E ENCENAÇÃO: Rodrigo Francisco
CO-PRODUÇÃO: A Companhia de Teatro do Algarve / Companhia de Teatro de Almada
INTÉRPRETES: Afonso de Portugal, João Farraia, Luís Vicente, Pedro Walter, Lara Mesquita
CENOGRAFIA: Céline Demars
FIGURINOS: Ana Paula Rocha
DESENHO DE LUZ: Guilherme Frazão
OPERAÇÃO DE LUZ: Ramon Schneider
OPERAÇÃO DE SOM/VÍDEO: Diogo Aleixo
MÚSICA: Afonso de Portugal
𝗗𝗨𝗥𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢: 80 minutos
𝗖𝗟𝗔𝗦𝗦𝗜𝗙𝗜𝗖𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 𝗘𝗧𝗔́𝗥𝗜𝗔: M/16
𝗣𝗥𝗘𝗖̧𝗢: 8 €
» Entrada gratuita para todas as pessoas com necessidades especiais, para crianças até aos 12 anos de idade e para portadores do cartão sénior da Câmara Municipal de Loulé
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