Por entender que a consciencialização que se faz do autismo deva ser verdadeiramente dimensional, é primordial a promoção de uma verdadeira clarificação e diferenciação daquilo que é reconhecido como uma perturbação do espectro do autismo junto dos pais, educadores e professores e aquilo que é entendido como a normalidade socialmente aceite. Todavia, aliado à necessidade de reunir critérios que fundamentem um diagnóstico, é vital criar uma maior abertura e conhecimento sobre a importância de uma interpretação holista, ao invés de uma visão meramente categorial e/ou rendida às dificuldades dos indivíduos no espectro.
Reconhecendo os perigos que esta categorização pode acarretar (e.g. crenças e ideações de limitações ad eternum), adianta-se a necessidade de reformular, enunciar, promover e fazer salientar as competências de todos aqueles que se encontram no espectro, assim como com todos os demais que, diariamente, lidam com crianças, jovens e adultos neste panorama.
Considere-se pois, não só as características genéticas, hereditárias, mas também as ambientais, assentes numa perspetiva bio ecológica do desenvolvimento; as mudanças ocorrem todos os dias e os limites só são traçados se não houver alternativas para a resolução dos problemas! Recorde-se que são as diferenças que nos diferenciam e enriquecem!
Assentemos ainda no lema de: "O meu filho(a) ainda não consegue fazer", ao invés de: "O meu filho(a) nunca conseguirá fazer”.
Pedro Pina
Pedro Manuel da Silva Lopes de Pina, 51 anos, casado, 2 filhos (uma menina no espectro do autismo).
A temática do autismo tornou-se uma realidade muito presente aquando da notícia do diagnóstico de espectro do autismo de um dos seus filhos.
Atendendo ao conhecimento que tinha sobre a irreversibilidade da situação, não se rendeu à ideia de que esta condição assim se manteria pelos tempos fora.
Enquanto psicólogo clínico e da saúde, depressa considerou uma procura mais detalhada, recorrendo a bibliografia de carácter científico, não desconsiderando qualquer outra dimensão que pudesse ter impacto na perturbação; o objetivo era a recolha de informação mais holista, de modo a poder proporcionar alternativas a todos os comportamentos diários.
Entre 2017 e 2018, atendeu a formações em Londres, assentes em metodologias que promoviam uma forma diferenciada de olhar o autismo, sendo estas retratadas como oportunidades para desafiar aqueles que se encontram nesta perturbação. A informação mostrou-se esclarecedora das necessidades da pessoa e, consequentemente, a reinterpretação das dificuldades e dos recursos levou a resultados de maior equilíbrio da sua filha, ganhando esta uma sensação de maior competência para a condução da sua própria vida.
O autismo não tem que ser limitador!
João Bento
41 anos, professor de Educação Especial no Agrupamento de Escolas Madeira Torres.
Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa – 2003. Ramo de Formação Educacional em LLM, variante de Estudos Portugueses (Grupo 300) – 2004. Curso de Profissionalização em Serviço - Grupo 200 - Português e Estudos Sociais /História – 2010. Pós-Graduação e Formação Especializada em Educação Especial: Domínio Cognitivo e Motor (Grupo 910) – 2013.
Leciona desde 2003 em três grupos distintos (200, 300 e 910) em diversas escolas, tendo acabado por efetivar em Educação Especial em 2014, nos Açores.
Pertence aos quadros do AE Madeira Torres desde 2017, sempre trabalhando com alunos autistas na Unidade e no recentemente criado Centro de Apoio à Aprendizagem, desempenhando o cargo de Coordenador de Departamento de Educação Especial desde este ano. Tem sido também membro permanente da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI).
Orador: Pedro Pina, psicólogo clínico e da saúde
Moderador: João Bento, professor de Educação Especial no Agrupamento de Escolas Madeira Torres
Auditório do Edifício Paços do Concelho
Praça do Município
2560 Torres Vedras Localização Google Maps
A educação parental é um desafio. Na difícil tarefa de educar, muitas são as dúvidas e as preocupações que assaltam os pais nas questões educativas com que lidam diariamente. Com o objetivo de apoiar as famílias, a Câmara Municipal de Torres Vedras assume também este desafio desde 2007, proporcionando contextos de promoção de uma parentalidade positiva através do projeto Conversas com Pais.Em sessões mensais com intervenção de especialistas nas mais diversas áreas de interesse na educação das crianças e jovens, é propiciada a participação ativa, discussão de temas, reflexão e dinâmicas que partem, muitas vezes, da experiência dos pais. Este projeto é para todos aqueles que desejam adquirir conhecimentos específicos e estratégias para ajudarem as suas crianças e jovens a crescer de forma equilibrada e feliz. Pais informados, mais confiantes e descontraídos são meio caminho percorrido para a felicidade mútua.
Fonte: https://www.cm-tvedras.pt/agenda/detalhes/126844