Distinguida na segunda edição dos Prémios Play, na categoria Lusofonia, Tainá viu reconhecidos o talento, trabalho árduo, sacrifício e coragem que foram necessários para editar o seu disco de estreia ‘Sonhos’ (2019), ele próprio um sonho tornado realidade para a artista de origem brasileira, com ascendência indígena, que aterrou em Portugal vinda do Brasil natal, onde cresceu e estudou música trabalhando na escola para pagar o seu curso. Depois de actuar em alguns dos maiores festivais de verão em 2019, como o MEO Sudoeste ou o MEO Marés Vivas, Tainá preparava-se para uma digressão de salas, que a levaria aos mais diversos palcos de norte a sul do país. Com a eclosão da pandemia as apresentações ao vivo ficaram adiadas mas nem por isso Tainá baixou os braços, laçando os videos dos dois singles que preparara para a primavera de 2020, ‘Caminho’ e ‘Senti’, num contributo para que, nestes tempos de isolamento social, as nossas memórias e esperanças sejam mais vívidas do que nunca. Nestes singles continuamos a descobrir o mundo telúrico que Tainá nos apresentou em ‘Sonhos’, single com que se deu a conhecer e primeira amostra do seu disco de estreia, homónimo, lançado em 2019. Se ‘Sonhos’ foi escrito na protecção do seu quarto, quando da meninice brotavam impulsos antagónicos de sede de descoberta do mundo e receio de nele se perder, já estes singles mais recentes mostram que Tainá perdeu o medo, saiu para a rua e deu-se a metamorfose: a menina, que é agora mulher, está a cumprir o sonho de mostrar a sua mensagem ao universo e de ajudar as pessoas a sentirem-se bem, quando ouvem a sua voz e as letras e músicas que compõe e interpreta. Com 22 anos de uma vida nómada Tainá aterrou em Portugal, vinda do Brasil natal, onde cresceu e estudou música trabalhando na escola para pagar o seu curso. A viver em Lisboa passeava um dia pelas ruas quando se juntou espontaneamente a uma jam de um grupo de músicos e foi desafiada a cantar ‘Corcovado’, de Tom Jobim. No final soube que se tratava da banda de Erlend Øye, dos Kings of Convenience, que no dia seguinte actuava a solo no Capitólio. Convidada a assistir ao concerto, Tainá cantava à porta da sala quando Erlend Øye a ouviu e se lhe juntou: impressionado, propôs-lhe actuar na primeira parte dos seus dois concertos seguintes em Portugal. Estes e outros factos transformam-se em histórias fascinantes quando relatados por Tainá, exímia contadora, cantora e compositora, que no seu disco de estreia começa a construir um legado musical e lírico capaz de unir os dois lados do Atlântico.
Fonte: https://lisboa.circuito.live/