A Direção Regional da Cultura em colaboração com a RTP Açores promove no próximo dia 10 de julho a emissão na RTP-A da atuação do Grupo Folclórico das Doze Ribeiras no âmbito da Temporada Cultural 2021.
Grupo Folclórico das Doze Ribeiras
Fundado a 23 de abril de 1974 e reconhecido como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública em janeiro de 1993, é sócio fundador da Federação do Folclore Português.
Durante vários anos foi o único Grupo Folclórico rural da ilha Terceira e foi o primeiro Grupo a usar trajes tipicamente regionais, confecionados em lã ou linho. Possui um vastíssimo reportório com modas de balho, rancho de cantores de matança e cantares do folclore religioso da Ilha Terceira. Interpreta também 12 modas das mais representativas das outras ilhas do Arquipélago.
Na sua escola de viola regional formou tocadores de viola e acompanhantes de violão, que vêm dando o seu contributo a outros Grupos e cursos de viola.
Em 1975 realizou a sua primeira viagem, com destino a São Miguel, por essa ocasião da inauguração das emissões da RTP – Açores, cabendo a este Grupo a honra de ser o primeiro a apresentar cantares açorianos através deste prestigiado meio de comunicação social. Efetuou depois deslocações a todas as ilhas Açorianas, Madeira, Algarve, Estoril, Gulpilhares, Vila Nova de Gaia, Espinho, Lousada, Gondomar, Porto, França, Brasil, EUA e Suíça.
Em 2006 Marta Dias Barcelos, elemento do Grupo, publicou um livro de título Grupo Folclórico das Doze Ribeiras Ilha Terceira-Açores, em que descreve origem, historial, trajes, sede e cancioneiro.
Gravou 3 Lp’s, um dos quais em conjunto com os ranchos participantes no Festival Mundial de Gannat em 1981; destes foram gravadas também as respetivas cassetes. Esgotada a primeira edição, reeditou as duas últimas cassetes e lançou, pela primeira vez, um CD com as mesmas modas, em 1998, ano em que se deslocou ao Brasil e iniciou as comemorações das suas Bodas de Prata. Em 2012 gravou novo cd, com 21 modas, lançado a 02 de março de 2013, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. A apresentação esteve a cargo do jornalista Vasco Pernes e os oradores convidados foram a Dra. Marta Dias Barcelos e o Dr. Jorge Forjaz.
Desde dezembro de 1986 trabalha dedicadamente na reconstrução e manutenção da Casa Etnográfica Pe. João de Brito C. Meneses, onde realiza ações de carácter cultural, social e recreativo, sobretudo para grupos de turistas ou outros que lho solicitem.
Programa da Atuação:
1. Rancho
• Este típico rancho é constituído por homens que, ao som das violas e dos ferrinhos (triângulo), vão pela época dos Reis, da matança do porco e também pela Páscoa, às casas que se encontram em festa saudar os “donos da morada”. A primeira estação é a porta da casa, estando por norma ainda fechada e, no geral, sem conhecimento prévio de que o rancho viria. Chegados à porta, um cantador é responsável por “botar a primeira cantiga” que todos depois repetem. A letra varia consoante o acontecimento que visitam. À abertura da porta, os cantadores entram com a Chacota, dando as boas noites a todos e sendo brindados com alguma bebida.
2. Terço ao Menino Jesus
• Apresentamos o terço cantado ao Menino Jesus com as melodias tradicionais usadas na zona oeste da ilha. Era cantado diante do presépio, durante o tempo de Natal.
3. Charamba
• É considerada a primeira moda do Bailho Direito, uma espécie de prelúdio, na qual os pares se saúdam mutuamente bem como todos os presentes.
4. Lira
• É uma moda muito apreciada pelo povo, de melodia vulgar e que foge às características das outras canções. Os versos referem-se a uma Lira, nome ou alcunha de uma rapariga que provavelmente foi assassinada. Apesar do carácter saudoso das cantigas, o seu ritmo ligeiro e a melodia dão-lhe um carácter alegre que agrada e enternece.
5. Saudade
• É uma das modas mais apreciadas do folclore terceirense, por ser a mais sentimental. Afasta-se do estilo de quase todas as outras modas regionais, tem um estilo ultra-romântico e executa-se em andamento lento. O Grupo apresenta aqui a variação para a Saudade de São Jorge, recolhida junto de elementos do folclore jorgense.
6. Viradinha
• É uma moda com coreografia muito diversificada e difere das outras modas regionais por ser executada em movimento rápido.
7. Favorita
• Tem um estilo ultra-romântico, executa-se em andamento lento. Caracteriza-se por os coros serem separados (só homens e só mulheres).
8. Bela Aurora
• A coreografia aqui apresentada não é totalmente fiel à tradicional de Santa Maria. Foi um arranjo do grupo, que teve em conta certas informações recolhidas junto de marienses e uma atuação de um grupo proveniente de Santa Maria num festival da Ilha Terceira. Todavia, a coreografia é simples mas com belo efeito.
9. Lundum Açoriano
• Foi uma recolha do Grupo Folclórico, através de uma partitura de piano que se encontrava na posse do Padre João de Brito Meneses. Este, em conjunto com dois elementos do grupo (José Avelino Simões e Luís Cabral) transpuseram a mesma para a viola da terra.
10. Suspiros ou Soluços
• Esta moda foi também uma recolha do Grupo Folclórico, que se encontrava no esquecimento, através de uma partitura que estava na posse do Padre João de Brito Meneses.
11. Pezinho
• É uma melodia vagarosa sendo que, qualquer quadra popular se canta nesta moda, podendo ainda contar com cantigas improvisadas.
Fonte: https://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/default.aspx?id=38412