"À descoberta das reservas do Museu Municipal Pedro Nunes - A Azulejaria do Século XVIII" é o tema da exposição que vai patente ao público no Museu Municipal Pedro Nunes, em Alcácer do Sal, de 1 a 27 de junho. Composta por alguma azulejaria onde predomina a temática figurativa e o azul, a exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Chegado à Península Ibérica através da expansão islâmica, o azulejo teve a sua origem nos centros hispa-mouriscos de Valência, Sevilha e Marrocos, que o exportaram para Portugal durante os finais do século XIV, o século XV e a primeira metade do século XVI. Ainda que o não tenham inventado, os portugueses descobriram novas formas de utilizá-lo, recriando-o. Num país como Portugal, com uma importante tradição de trabalho do barro e outros materiais cerâmicos, o reduzido custo do azulejo e a facilidade de o trabalhar proporcionaram, através da sua aplicação nas fachadas dos edifícios, uma visão mais rica e inovadora da arquitetura. Em finais do século XVII surgiu uma nova ciclo para a azulejaria, uma etapa marcada pela pintura exclusivamente azul, influenciada pela porcelana da China, sendo um sinal de sofisticação e qualidade. Procurado pela sociedade portuguesa para renovação decorativa de palácios e igrejas, o azulejo marca presença nestes monumentos e adapta-se às novas necessidades de representação. A grande procura do azulejo de Delft (Holanda) fez com que as oficinas portuguesas reagissem começando a criar azulejaria de figura avulsa, também conhecido como “Azulejos de Estrelinhas”. O século XVIII pautou-se também pelo designado “Ciclo dos Mestres”. Os temas religiosos e profanos são combinados e surgem lado a lado, adaptando-se ao gosto Barroco, revestindo superfícies parietais, cúpulas e abóbodas ou em composições enquadradas por molduras ricamente decoradas por uma vasta gama de motivos.