No último capítulo da trilogia de Sax on the Road editada pela Zigur, espelham-se uma vez mais os muitos caminhos e possibilidades (musicais, mas não só) de António Ramos (aka Torré).
Se até aqui os discos serviam como que uma súmula da vida passada do saxofonista - em músicas vívidas e carregadas de ginga com a urbe de Lisboa à cabeça, mas sempre contrabalançada com elementos sónicos que apontavam coordenadas que vão do norte de África ao Médio Oriente - em "Lisboas" (gravado e composto por António Ramos) embarcamos numa espécie de stream of consciousness em tempo real da psique e vida de António Ramos.
Deixada para trás a capital, "Lisboas" encontrou espaço para a serenidade e para a procura de uma nova linguagem: mais madura, mais meditativa, mais reflexiva sobre si mesma, sobre o que já passou e o que aí virá. Enfim, podemos dizer que estas músicas surgem alinhadas com um certo bucolismo como que em resposta direta à agitação da capital - mas sem nunca perder o balanço dançável de outros registos de Sax on the Road.
Lisboas" é assim o disco mais completo e simultaneamente mais pessoal do projeto. Mais uma vez ilustrado pela pena sempre certeira de José Smith Vargas – ele que deu corpo, forma e imagem a todos os capítulos de Sax on the Road até então - este disco desponta com o saxofone no lugar de destaque habitual, mas – tal como as ilustrações de Smith - sempre permeável aos muitos mundos que vão existindo lá por fora. Reflexo disto mesmo serão os primeiros concertos de apresentação de "Lisboa", onde os Sax on the Road se vão apresentar pela primeira vez sob a forma de um duo: António Ramos (saxofone, loops e percussões) e Dolores Spínola (guitarra barítono e percussões).
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